A condenação do ex-presidente da
Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) repercutiu na Casa. Para
alguns parlamentares, a pena de 15 anos e 4 meses de prisão servirá de exemplo
para aliados.
O deputado Alessandro Molon
(Rede-RJ) afirmou que a condenação do peemedebista é a prova de que os que
defendiam sua cassação tinham razão - Rede e PSOL protocolarem o pedido no
Conselho de Ética da Câmara que resultou na cassação do mandato do
peemedebista. "Tomara que ele conte tudo o que sabe para que a gente possa
passar a limpo o Parlamento", disse Molon.
O deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ) afirmou que a condenação do ex-presidente da Câmara e as recentes
ações da Polícia Federal no Rio demonstram "um imenso vazio" na
política do Estado. "O Cunha é símbolo de toda essa degradação e é o primeiro
peixe grande da política condenado. É muito importante como exemplo para quem
faz uma política de negociatas, como ele sempre fez, pragmático, homem de
bastidor que foi crescendo. Ele era objeto de desconfiança dos próprios
caciques do PMDB, (o ex-governador Sérgio) Cabral e (o ex-prefeito) Eduardo
Paes, todo mundo tinha certas reservas pela sua voracidade e jeito ardiloso,
mas dançou. E tinha uma empáfia danada, era cruel e vingativo."
"Essa é a primeira
condenação de uma série", disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG),
adversário político de Cunha. Na avaliação de Delgado, a punição deixará o
"pessoal mais ressabiado", uma vez que o mundo político se dá conta
de que o juiz Sérgio Moro não se inibe diante de personagens que já tiveram
poder.
Já o principal aliado do
ex-presidente da Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS) disse que no escândalo de
corrupção na Petrobras, o colega de partido não é o protagonista. "O
Cunha, ao meu modo de ver, não é o protagonista desta situação", afirmou.
"Na tribo do petrolão, Cunha é no máximo um índio, e o cacique está
solto", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Fonte: Notícias ao Minuto.