sexta-feira, 17 de março de 2017

EMPRESÁRIA QUE DISSE QUE “LIMPARIA O PAÍS” JUNTO COM MORO É INTIMADA PELA LAVA JATO



"É de cabeça erguida que iremos limpar o país", publicou a empresária Renata Loureiro há poucos dias em suas redes sociais. A mensagem acompanhava uma foto do juiz Sergio Moro. Essa semana, ela foi detida coercitivamente e o seu marido preso por suspeita de desvio de milhões de reais.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã da última terça-feira (14), a operação Tolypeutes, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que investiga crimes de corrupção e pagamento de propina em contratos da linha 4 do Metrô.
Tolypeutes é o nome científico do tatu, uma referência ao “Tatuzão”, equipamento utilizado nas escavações das obras do metrô.
Foram presos o diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Rio Trilhos), Heitor Lopes de Sousa Junior, e o atual subsecretário de Turismo do estado e ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso.
A empresária Renata Loureiro Borges Monteiro, esposa de Velloso, foi intimada coercitivamente e levada pela PF para prestar depoimento porque também é suspeita de participação no esquema fraudulento.
O Ministério Público Federal pede o bloqueio de R$ 220 milhões de sete pessoas e três empresas, sendo R$ 12 milhões apenas de Velloso e de sua esposa.

“LIMPAR O BRASIL”. Em uma publicação no último dia 4 de março em seu Facebook pessoal, Renata Loureiro Borges, esposa de Velloso, escreveu: “É de cabeça erguida que iremos limpar o país!”. Na ocasião, a legenda estava acompanhada de uma foto de Sergio Moro.
O post de Renata Loureiro recebeu diversas reações positivas. “Moro é meu herói”, reagiu uma amiga da empresária.
Ironicamente, a operação que prendeu o marido da empresária é um tentáculo da Lava Jato, chefiada por Moro.

FALSO MORALISMO. Casos de falso moralismo exacerbado estão sendo identificados com cada vez mais frequência. Isto é, pessoas corruptas que bradam ‘contra a corrupção’.
Um exemplo emblemático ocorreu no ano passado, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
Naquele dia, ao proferir seu voto, a deputada Raquel Muniz citou o seu marido, que era prefeito, como exemplo de ética e de gestor público. Menos de 24 horas depois, ele foi preso por corrupção.  
Posteriormente, a própria deputada virou ré no STF por lavagem de dinheiro. Fonte: Pragmatismo Político.