Em audiência
realizada nesta segunda (6), o executivo Fernando Sampaio Barbosa, do grupo
Odebrecht, afirmou que o apelido "Italiano", mencionado em e-mails e
planilhas da empreiteira, é uma referência ao ex-ministro Antonio Palocci
-preso pela Operação Lava Jato.
"A
gente sabia que o Italiano era o Palocci. Eu sabia, tinha sido informado pelo
Márcio Faria [outro executivo do grupo]", declarou ao juiz Sergio Moro.
É a
primeira vez que um diretor da Odebrecht confirma em juízo a ligação entre o
ex-ministro e o apelido, mencionado em planilhas que relatam o pagamento de R$
128 milhões em vantagens indevidas, segundo o Ministério Público Federal.
Barbosa,
que preside o estaleiro Enseada Indústria Naval (integrante do grupo
Odebrecht), foi chamado como testemunha de Marcelo Odebrecht, réu na ação que
acusa Palocci de ser um "intermediário" da empreiteira.
O
executivo, porém, negou irregularidades na negociação de um contrato de sondas
com a Petrobras -que, segundo a denúncia do Ministério Público, gerou o pagamento
de US$ 10 milhões em propina para o casal de publicitários João Santana e
Mônica Moura, entre 2011 e 2012.
Ele disse
que jamais tratou de assuntos escusos com os diretores da Odebrecht e que só
conhece Palocci "da imprensa, da televisão". "Nunca estive com
ele", disse. "Eu não tinha contato [com Palocci], não fazia parte do
meu escopo. Provavelmente era uma relação que o Marcelo [Odebrecht] tinha com
ele. Mas eu não participava e não sugeri nenhuma estratégia nesse
sentido", afirmou.
A defesa
de Palocci nega que ele seja o Italiano, e aponta que o apelido já foi usado
por investigadores para identificar outras pessoas, como o também ex-ministro
Guido Mantega.
"É
um apelido em busca de um personagem", declarou o advogado José Roberto
Batochio. Com informações da Folhapress. Fonte: Notícias ao Minuto.