GUARABIRA, que em linguagem tupi provém do
termo ''gûaraembira'', que designa um tipo de peixe conhecido
como guaivira. Também grafias antigas remetem ao título de “berço
das garças azuis”, como a chamavam os índios potiguaras, em decorrência
da grande quantidade de garças que habitava a região.
Toda
história da religiosidade do município paraibano surge em meados de 1755,
quando o Sr. José Rodrigues Gonçalves da Costa, natural de Beiriz,
pequena povoação do Conselho de Póvoa de Varzim, distrito do Porto, na região
norte de Portugal, decide deixar sua terra natal e morar no Brasil.
Atormentados
pelo grande sismo ocorrido em Portugal no ano de 1755, decidiram mudar
para as terras brasileiras, em busca de uma vida nova, longe de grandes
tremores. Partindo para o Brasil, chegaram à capitania da Parayba, e
posteriormente as terras que hoje seriam a cidade de Guarabira.
Muito
devoto de Nossa Senhora da Luz, título bastante venerado em sua
província, protestou-a rogo em Beiriz, que ao se mudar de Portugal com a
família, conduziria a venerada imagem da Luz, onde edificaria uma ermida numa
terra que não sofresse abalos sísmicos.
Assim
fez, cumprindo sua promessa, a mudança foi bem aceita pelos primeiros grupos
que aqui habitavam, tendo em vista que já havia uma pequena capela no local em
honra à Nossa Senhora, construída pelo Pe. João Milanês.
Segundo a
Tradição Popular e relatos de vários historiadores, os primeiros ofícios em
honra à Nossa Senhora da Luz, nessas terras, teriam sido iniciados em 1760,
logo com a chegada da Família Beiriz. Marcado por muita religiosidade e
tradição, os fiéis celebraram no ano jubilar de 2010, os 250 anos das
festividades religiosas em honra a padroeira do município e da Diocese de
Guarabira.
A Paróquia
de Nossa Senhora da Luz foi criada em 27 de abril de 1837 pelo
Arcebispo de Olinda, Dom João da Purificação Marques Perdigão, cuja
circunscrição eclesiástica fazia parte até o dia 27 de abril de 1892,
quando o Papa Leão XIII, pela Bula "Ad Universas Orbis Ecclesias"
desmembrou o território que compreendia os estados do Rio Grande do Norte e da
Paraíba, constituindo assim uma nova Diocese com sede na então capital
paraibana.
Em 6
de fevereiro de 1914, vinte anos depois da criação da Diocese da Paraíba,
o Papa São Pio X, pela Bula "Maius Catholicae Religionis Incrementum",
cria a Diocese de Cajazeiras, no sertão paraibano e, ao mesmo tempo,
eleva a Diocese da Paraíba à condição e dignidade de Arquidiocese e Sede
Metropolitana, tendo por sufragâneas as duas Dioceses que haviam sido
desmembradas do seu território: Natal e Cajazeiras.
Com o
passar do tempo foram criadas as dioceses de Campina Grande e Patos. Em
1975, o papa Paulo VI nomeia o padre Marcelo Pinto Carvalheira como Bispo
Auxiliar da Arquidiocese da Paraíba, ficando sob sua responsabilidade a
organização de uma nova Diocese, desta vez no brejo paraibano, região
marcada pela religiosidade, missão e romarias.
Em 1980,
enfim, foi criada, através da Bula "Cum exoptaret" do
Papa João Paulo II, a Diocese de Guarabira, elevando ao
título de Igreja Catedral, a antiga matriz de Nossa Senhora da Luz.