Informações guardadas pelo Google
poderão ajudar investigadores a esclarecer se a ex-presidente Dilma Rousseff
utilizou de fato uma conta de e-mail para avisar o casal João Santana e Mônica
Moura, marqueteiros do PT, sobre avanços da Lava Jato.
Para isso, a Justiça terá que
pedir a quebra do sigilo do endereço eletrônico. A empresa possui dados de IPs
(identidade das máquinas) que acessaram as contas, incluindo dia e horário, o
que poderia ajudar na identificação dos usuários.
Há também a possibilidade de
solução do caso por meio de perícia em computadores do Palácio do Alvorada e da
petista, além de aparelhos como tablets e celulares - o que poderia ser feito
por meio de um pedido de busca e apreensão.
Mesmo que apagados, dados podem
ser recuperados nas máquinas, sendo possível a reconstituição ao menos parcial
das ações.
Após embates e atritos na
Justiça, as últimas decisões judiciais têm sido cumpridas pelo Google. Para
isso, no entanto, a empresa tem utilizado como critério pedidos que sejam
restritos a pessoas investigadas, de modo a não expor outros cidadãos. No final
de 2014, o juiz Sérgio Moro chegou a multar a empresa por não atender suas
determinações - à época, a companhia argumentava que seria necessário acordo de
cooperação com os EUA.
Perguntado sobre o assunto, o
Google afirmou em nota que recebe "regularmente pedidos de autoridades e
ordens judiciais em relação a dados de usuários". Segundo um relatório de
transparência atualizado pela empresa, entre junho e dezembro de 2016 foram
feitas 1.010 solicitações, das quais 60% foram cumpridas.
"O Google tem papel
fundamental para esclarecer os fatos ocorridos, pois tem, em tese, registros
técnicos sobre os endereços IP e portais utilizados para criar as contas de
e-mail e para realizar todos os acessos ao longo do tempo", disse o
diretor do Instituto Brasileiro de Peritos, Giuliano Giova.
"O próprio computador da
Mônica pode ajudar investigadores a solucionarem a questão. O Google com
certeza terá os dados e em um caso como esse, de grande repercussão, fornecerá
se solicitado", afirma o perito Ricardo Molina.
Mônica disse em delação premiada
que em um encontro no fim de 2014 Dilma teria dito que era necessária uma forma
segura de comunicação para repassar informações a ela.
As duas teriam criado e-mail do
Gmail -a delatora afirma que isso aconteceu na Biblioteca do Alvorada. Elas se
falavam, ainda de acordo com versão de Monica, por mensagens criadas e
armazenadas na pasta de rascunho, mas nunca enviadas. Com informações da
Folhapress. Fonte: Notícias ao Minuto.