Poderíamos registrar
aqui a presença dos jesuítas quando construíram a Missão de Guiraobira; a
passagem de colonizadores portugueses e outros povos sonhadores com minas auríferas
que nunca acharam nas aldeias da Serra da Copaoba, hoje Serra da Raiz; a
presença do homem branco na prática do contrabando do pau-brasil e no
aprisionamento do silvícola como mão de obra escrava. Enfim, poderíamos mencionar
uma série de outros fatores que dolorosamente ou não, deram oportunidade de surgir
o núcleo habitacional Guarabira, que ao longo dos séculos prosperou e se fez
residência de tanta gente boa, também.
Tenhamos certeza que
os nossos passos foram muito bem acompanhados, por aqueles que se fizeram lá
muito distante no tempo, verdadeiros e leais seguidores de Cristo, através dos
seminários católicos. Os padres têm sido nossa companhia permanente, diz-nos a
história.
A estas comemorações
de 180 Anos de Paróquia de Nossa Senhora da Luz, existe o trabalho marcante de
muita gente ligada ao catolicismo como nos relata o honrado Monsenhor Emiliano de
Cristo em seu opúsculo Reminiscências de Guarabira (SÍNTESE), de 1964, ou mesmo
Cleodon Coelho em sua obra referencial Guarabira Através dos Tempos, dos idos
de 1955. E nos dizem ambos:
Em 1578, chegada de
Vila de Natal do jesuíta e arquiteto Gaspar Sampére, em missão de paz junto a
Serra da Copaoba e aldeia indígena Quandús; Duarte Gomes da Silveira, olindense filho de
pais portugueses, considerado católico fervoroso, justo, filantropo e de sentimentos
nobres, por serviços prestados entre 1586 e 1600, receberia o título de Capitão
Mor de Serra de Copaoba; em 1730, o padre João Milanês, construía capela para
Nossa Senhora da Conceição; em 1755, chega o português José Rodrigues Gonçalves
da Costa, homem muito católico, vindo da povoação de Beiriz, pertencente ao
Concelho de Póvoa de Varzim, distrito do Porto. Mais tarde traria a família de
3 filhas – Virgínia, Catarina e Romana e do filho Cosme – esse sendo padre assumiria
os ofícios da capela à Virgem da Luz construída por seu pai, cuja imagem
trouxera das terras portuguesas, em promessa feita.
A substituição do
nome de Nossa Senhora da Conceição para Nossa Senhora da Luz se daria muito mais
tarde, conforme Monsenhor Emiliano de Cristo. E as razões de termos desde
aqueles tempos a imagem da Luz são por conta de promessa feita pelo português que
passou à nossa história como Costa Beiriz, para conduzir a imagem para o lugar
onde fosse morar, em terras livres de terremotos como o que destruíra Lisboa,
em 1755.
A Lei 17 de 27 de
abril de 1837 traz duas alegrias para este povo: elevou o Distrito de Paz a Vila
com o nome de Independência, desligando-o da Vila de Bananeiras, enquanto criava
a Paróquia de Nossa Senhora da Luz que no dizer de monsenhor Emiliano seria “marco
seguro de nossa civilização, verdadeira célula da circulação do espírito
católico, plantados, entre nós”.
O primeiro pároco da
Igreja de Nossa Senhora da Luz seria José Pereira de Araújo e agora, para nossa
alegria é Joanderson Marinho de Lira, que já conquista a simpatia dos
guarabirenses e de tantos outros vizinhos desta terra abençoada.
A Administração da
Diocese, desde a transferência do Bispo Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena para Nazaré da
Mata-PE, está sob a responsabilidade do Monsenhor José Nicodemos, que por 17 anos esteve à frente da
Paróquia de Nossa Senhora da Luz como pároco.