O presidente Michel Temer se
reuniu, na noite de terça-feira (27), com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), na véspera da escolha de Raquel Dodge para a
Procuradoria-Geral da República.
O encontro não estava na agenda oficial,
mas foi confirmado pelo Palácio do Planalto. Ele aconteceu na casa de Gilmar
Mendes, durante um jantar.
Os ministros Moreira Franco
(Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) também participaram da
reunião. Gilmar Mandes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
Em seu voto na sessão de
quarta-feira do STF, durante o julgamento da validade das delações da JBS,
Gilmar Mendes fez duros ataques à Lava Jato, afirmando que a operação está
criando o “Direito Penal de Curitiba”.
Já durante o julgamento da chapa
Dilma-Temer no TSE, foi de Gilmar Mendes o voto de minerva que garantiu a
absolvição de Temer.
Raquel Dodge. O presidente Michel Temer
anunciou oficialmente o nome da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge
para suceder Rodrigo Janot no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A escolha ocorreu nesta
quarta-feira (28), 24 horas depois de os membros do Ministério Público Federal
elegerem a lista tríplice para a definição do novo ocupante do cargo.
Ao escolher Raquel, Michel Temer
quebrou a prática adotada nos últimos 14 anos pelos ex-presidentes Lula e Dilma
Rousseff de endossar o procurador mais votado pelos membros do MPF na lista
tríplice.
Raquel havia sido a segunda mais
votada, com 587 votos. Em primeiro lugar, com 621 votos, ficou o o
subprocurador-geral da República Nicolao Dino.
Nicolau Dino representava a
continuidade do grupo de Janot – com quem Temer está em guerra aberta – no
comando do Ministério Público. Fonte: Pragmatismo Político.
OPINIÃO DO BLOG: A credibilidade
dos nossos políticos anda tão baixa, diante de incontáveis e cotidianas denúncias
de envolvimento dos seus nomes em roubo, corrupção e suborno, que até mesmo um
encontro informal de figurões como o presidente Temer e o ministro Gilmar
Mendes, fora da agenda oficial do Planalto, para um jantar, suscita a desconfiança
da imprensa e aguça a dos brasileiros.
E toda a situação de desconfiança fica
ainda mais aguçada quando um ou dois dias depois desse inocente jantar, a
presidência do país escolhe de uma lista tríplice, o segundo nome ali
existente, quebrando a regularidade de escolha do primeiro nome, há catorze
anos sendo sempre o preferido.