Preso em maio, suspeito de vazar informações
sobre investigações envolvendo o grupo J&F, o procurador Ângelo Goulart
Villela afirmou que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot
"falseou a verdade" ao incluí-lo no que chamou de "trama"
da delação premiada da empresa. Villela presta depoimento a parlamentares da
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS nesta terça-feira
(17). "Eu tinha atribuição desde o princípio para atuar no caso
Eldorado, tinha autonomia. O fato de ter que conversar com o coordenador da
força tarefa não exime a minha atribuição para atuar", afirmou Villela,
que citou declarações de Janot de que ele teria atuado por conta própria.
"Houve por parte do ex-procurador-geral (Rodrigo Janot) uma tentativa de
falsear a verdade", disse Villela. "Se eu era um procurador
infiltrado, ou seja, trabalhando para eles, como eu poderia estar embaraçando
uma colaboração que seria benéfica a eles? Eu preciso fazer uma ginástica
interpretativa para entender isso", disse. O procurador foi preso no
dia 18 de maio, durante a Operação Patmos, suspeito de vazar informações sobre
a Operação Greenfield, da qual o grupo J&F é alvo. Em troca, segundo os
delatores, ele recebia uma mesada de R$ 50 mil. O procurador foi solto em
agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, que
nega ter recebido propina, as acusações contra ele são conflitantes ao tratar
os R$ 50 mil como uma espécie de "mensalinho" e, depois, como uma
"promessa de pagamento". "Essa trama vem sendo elucidada
até pelo excesso de esperteza, para não dizer outra coisa, por essas pessoas
que se autogrampearam", disse Villela em referência aos delatores da JBS. Fonte:
BN – BAHIA NOTÍCIAS.