O empresário Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador
Aécio Neves (PSDB-MG), violou por duas vezes a área de circulação permitida
pela tornozeleira eletrônica antes de retirá-la. "Fred" recebeu duas
advertências da Secretaria de Administração Penitenciária de Minas Gerais
(SEAP), órgão responsável por monitorar o uso do equipamento, em outubro e
novembro do ano passado. No mês seguinte, o ministro Marco Aurélio, do Supremo
Tribunal Federal (STF), liberou o empresário da tornozeleira. Em maio do
ano passado, durante a Operação Patmos, Frederico Pacheco foi preso por
suspeita de envolvimento no pagamento de suposta propina de R$ 2 milhões do
grupo J&F ao senador Aécio Neves. "Fred" foi gravado por
executivos do grupo recebendo R$ 500 mil na sede da J&F em São Paulo. Em
junho, o STF converteu a custódia em domiciliar com medidas cautelares, como a
proibição de se comunicar com os demais investigados, proibição de se ausentar
sem autorização judicial, entrega dos passaportes e o uso da
tornozeleira. A decisão do ministro Marco Aurélio foi tomada em 2 de
dezembro. O registro da primeira violação chegou ao gabinete do ministro, em
Brasília, em 6 de novembro. O segundo, em 14 de dezembro. A documentação sobre
as infrações do empresário foi anexada a um processo no STF em 6 de
fevereiro. Segundo os registros da Secretaria, em 18 de outubro, às 12h49,
"Fred" esteve no bairro da Serra, em Belo Horizonte. O local fica a
29 quilômetros do condomínio onde a defesa informou que o empresário estava
morando, na cidade de Nova Lima. Na segunda infração, a SEAP verificou que
Frederico Pacheco de Medeiros estava às 19h27 no Jardim Canadá, em Nova Lima. O
empresário não teria apresentado justificativas. A reportagem ligou para a
defesa de Frederico Pacheco, mas não obteve resposta. O ministro Marco Aurélio
informou que como a questão está submetida ao Supremo ele "deixa para se
posicionar no Plenário". A SEAP não quis se manifestar sobre o caso.
Fonte:
BN – Bahia Notícias.