segunda-feira, 3 de setembro de 2012

GUERRAS ENTRE ISRAEL E OS PAÍSES ÁRABES

(Reproduzido do professormarcianodantas.blogspot.com.br)

A região da Palestina é o território histórico de dois povos: judeus e palestinos. Os judeus ocuparam a região há mais de 4 mil anos, mas se espalharam pelo mundo devido à repressão sofrida durante o Império Romano. Os palestinos são formados por uma mistura de povos, como filisteus (que ocupavam a Faixa de Gaza), cananeus (que habitavam a Cisjordânia) e árabes, os quais impuseram sua cultura, tradição e a religião islâmica. Os palestinos habitaram a região por um período contínuo de cerca de dois mil anos.

A partir do final do século XIX, com a criação da Organização Sionista Mundial (1897), cuja sede fica na Suíça, o movimento sionista começou a organizar a migração de judeus à Palestina, visando a formação de uma pátria judaica. Na primeira metade do século XX, o aumento da população judaica na região, estimulado pela compra de terras e pelo estabelecimento de diversas colônias, foi contínuo e relativamente pacífico.

No entanto, depois da Primeira Guerra Mundial, quando os britânicos, que passaram a controlar a região, cogitaram a criação de um Estado judaico (Declaração de Balfour), essa migração tornou-se bastante conflituosa. O secretário das relações exteriores britânico, Arthur Balfour, encorajava a colonização Palestina por judeus e apoiava o estabelecimento de um "lar nacional judaico na Palestina", o qual teria proteção britânica.

A perseguição e o massacre imposto aos judeus pelos nazistas, na Segunda Guerra Mundial, foi fundamental para o apoio internacional à formação do Estado de Israel, em 1948. A divisão do território da Palestina entre judeus e palestinos, já fazia parte de acordos firmados entre Estados Unidos, Reino Unido e URSS. Em 1947, a ONU aprovou o plano de partilha da Palestina e a criação do Estado de Israel, que ocupava 57% daquele território.

A formação de um Estado judaico no Oriente Médio provocou a reação contrária dos países árabes. Ainda em 1948, Egito, Jordânia, Líbano e Síria invadiram Israel, dando início à Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949).

Em 1949, foi estabelecido um armistício, que retirou totalmente dos palestinos as decisões sobre os seus tradicionais territórios, inclusive dos que tinham sido delimitados pela ONU, em 1947. O acordo de paz estabeleceu que o Estado Árabe da Palestina seria dividido entre Israel (que conquistara a Galileia e o deserto de Neguev); Transjordânia, que incorporaria a Cisjordânia (a oeste do rio Jordão); e Egito, que ocuparia a Faixa de Gaza. Após o armistício, os conflitos não cessaram. Diversas questões opuseram árabes e israelenses. Os palestinos reagiram à ocupação de suas terras organizando atos terroristas contra os judeus.

Em 1967, a Síria tentou desviar o fluxo de água do rio Jordão mediante a construção de uma grande represa, nas colinas de Golã. Com o apoio da Jordânia e do Egito, a Síria bloqueou o golfo de Ácaba - utilizado pelos navios israelenses para chegar ao mar Vermelho. O crescimento das tensões colocou em alerta as tropas de todos os países envolvidos.

Entre 5 e 10 de junho daquele ano, os israelenses iniciaram um fulminante ataque ao Egito, à Jordânia e à Síria, que imobilizaram totalmente as tropas árabes numa das guerras mais curtas da história, denominada Guerra dos Seis Dias ou Terceira Guerra Árabe-Israelense. Nesse terceiro conflito, os israelenses anexaram a península do Sinai e a faixa de Gaza, pertencentes aos egípcios; as colinas de Golã, que pertencia à Síria; e a Cisjordânia, que fazia parte da Jordânia.

Em 1973, na tentativa de reaver os territórios ocupados, Egito e Síria atacaram Israel de surpresa, dando início à Quarta Guerra Árabe-Israelense - Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão). A princípio, conquistaram algumas posições, mas foram obrigados a recuar com forte reação do exército israelense, que conseguiu mobilizar e organizar suas tropas rapidamente. A guerra durou três semanas, e Israel manteve sob seu domínio as conquistas da Guerra dos Seis Dias. Em 1979, Israel concordou em devolver o Egito a península do Sinai, mediante o Acordo de Camp David, intermediado pelos Estados Unidos.

FONTE: BLOG DO PROFESSOR MARCIANO DANTAS