domingo, 23 de setembro de 2012

OS NOSSOS CANGACEIROS

Entre meados do século XIX e início do século XX, as terras do Nordeste brasileiro foram amplamente percorridas por homens violentos e cruéis que se instalaram em bandos de cangaceiros. Surgiram por razões ligadas às questões sociais e fundiárias, propriamente ditas. 



Os bandos adentravam as caatingas nordestinas assaltando fazendas, praticando sequestro de pessoas abastadas e que ostentavam os títulos de coronéis, quando não saqueavam comboios e armazéns com consideráveis estoques de mercadorias.

O homem que se iniciava no cangaço, geralmente o fazia por estar fugindo de algum crime cometido e não queria ser preso e cumprir pena, e depois de algum tempo o seu nome passava a ser mencionado em todos os recantos e verdadeiramente não tinha mais como voltar atrás. Era preciso seguir em frente, porque o sossego se acabara totalmente e as volantes policiais não lhe dariam trégua nunca mais.

As principais causas da existência de bandos de cangaceiros estiveram ligadas á prestação de serviço aos latifundiários, garantindo o seu patrimônio e protegendo-os contra os inimigos; apoiando-os por exercerem funções políticas ou porque queriam exercer o banditismo, pura e simplesmente.

No Sudeste brasileiro, surgiu o cidadão Januário Garcia Leal, que passou à história como Sete Orelhas, no início do século XIX. Para uns foi considerado cangaceiro e para outros, um justiceiro.

No Nordeste do país, surgiu José Gomes, o Cabeleira, que nasceu na Zona da Mata de Pernambuco, na localidade conhecida por Glória do Goitá, em 1751, e com atuação na segunda metade do século XVIII.

Outros nomes marcaram as páginas da história do cangaço nordestino:

Jesuíno Alves de Melo Calado, conhecido como Jesuino Brilhante (1870), foi considerado um cangaceiro romântico e que não praticava roubo;

Manoel Baptista de Morais, denominado Antonio Silvino, atuou no cangaço de 1896 a 1914, quando recebeu voz de prisão do delegado Teófanes Ferraz Torres e foi recolhido à Casa de Detenção do Recife e por bom comportamento foi indultado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1937, e

Virgulino Ferreira da Silva, Lampião ou o Rei do Cangaço, com atuação em quase todos os estados do Nordeste de 1920-38. Foi o responsável maior pela introdução da mulher no bando quando se amasiou com Maria Bonita. Morreu assassinado em 28 de julho de 1938, em Angicos, no estado de Sergipe, ao lado de Maria Bonita e mais 09 outros componentes do bando.