Sempre
tenho escutado pessoas do povo, e muito pobrezinhas, reclamando a falta de
atenção para com a sua situação, quando se apresentam aos servidores de
secretarias municipais de assistência social, de muitos municípios paraibanos. Têm
sido verdadeiramente torturadas, não se tenha a menor dúvida, por pessoas que
no mínimo deveriam recebê-las bem e orientar devidamente para que pudessem
melhorar a sua condição social.
Muitas
senhoras se anunciam vítimas de perseguição desses órgãos municipais,
principalmente porque ali têm comparecido nos momentos devidos para comprovar a
sua situação, para o ingresso no Programa Bolsa Família do governo federal,
através da Caixa Econômica, porém não conseguem êxito e permanecem sofrendo com
a família, à espera de outro momento para nova tentativa.
A
Bolsa Família foi instituída com a finalidade de apoiar famílias consideradas
pobres (com renda mensal entre R$ 70,01 e R$ 140,00) e consideradas de extrema
pobreza (com renda per capita de até R$ 70,00), pelo que lhes garante direito a
alimentação e acesso a educação e saúde. Uma exigência é que a família a ser
incorporada ao Programa se componha de gestantes, nutrizes, crianças ou
adolescentes entre 0 e 17 anos.
Pois
bem, se para as pessoas pobres e do povo existem tantas dificuldades, e
necessitam confirmar informações e comprovar rendas, como é que a filha de um
secretário de prefeitura municipal, a quem cabe o salário mensal aproximado de
R$ 9 mil, aparece no Programa para receber R$ 204 a partir de julho deste ano,
referente aos meses de maio e junho? O nome dela constava da lista de Cadastro
Único do Governo Federal, relação da Caixa Econômica Federal. O pai da
“sortuda” justificou que a filha não recebeu o benefício e exibiu um documento
comprobatório de que o cartão estava bloqueado.
Ainda bem que o
engano foi devidamente corrigido, porém, chama muito a atenção, uma vez que
dependentes de pessoas que têm renda familiar capaz de sanar todas as situações
do lar, não deveriam surgir inscritas em programas e projetos destinados a
pessoas mais carentes da população.
É preciso maior
vigilância por parte das autoridades, pois, já se viu na Paraíba em vários
municípios, situações anteriores em que familiares de vereadores e até de
pessoas da sociedade recebiam benefícios em lugar de pessoas carentes da
população, numa verdadeira afronta á sociedade.
FONTE: BLOG DO TIÃO LUCENA