Gabriele
está presente nesta primeira audiência, que não tem tempo de duração definida,
assim como todo o julgamento. O presidente do Tribunal é Giuseppe della Torre,
e também fazem parte do processo os juízes Paolo Papanti Pelletier e Venerando
Marano.
O
promotor do Vaticano é Nicola Piccardi, e Gabriele, conhecido como
"Paoletto", será defendido pela advogada Cristiana Arru, e
Sciarpelletti por Gianluca Benedetti.
O
julgamento será assistido por 20 pessoas, já que é público, e oito jornalistas
de diversos meios de comunicação.
O
julgamento começou com muitas dúvidas, já que esta é a primeira vez que o
Estado da Cidade do Vaticano enfrenta um processo penal desta envergadura.
Gabriele
pode ser condenado a até quatro anos de prisão e o técnico Claudio
Sciarpelletti, acusado de acobertamento, pode ser condenado a um ano de cadeia.
Embora
o ex-mordomo já tenha se declarado culpado, isso não influenciará os juízes, já
que ele pode estar fazendo isso para encobrir outras pessoas, disseram fontes
judiciais do Vaticano.
O
papa, como chefe soberano do Vaticano, pode exercer em qualquer momento sua
prerrogativa de perdoar o mordomo, mas se não fez isso até agora é sinal de que
espera que o julgamento vá até o final.
Durante
o julgamento podem ser chamadas várias testemunhas, já que na investigação
aparecem eventuais cúmplices que se ocultam sob as letras "B"
(aparentemente um sacerdote espiritual de Gabriele), "X" e
"W".
Não
se descarta também que possa ser chamado o secretário particular do papa, Georg
Ganswein, de cujo escritório durante vários anos Gabriele roubou e copiou os
documentos secretos.
O
escândalo do vazamento de documentos do papa e da Santa Sé, conhecido como
"Vatileak", veio à tona no início desse ano, quando uma televisão
italiana revelou cartas enviadas a Bento XVI pelo núncio nos EUA, o arcebispo
Carlo Maria Viganó, nas quais ele denunciava a "corrupção, prevaricação e
má gestão" na administração do Vaticano.
Em
19 de maio foi publicado um livro com uma centena de novos documentos secretos
do Vaticano que revelam supostas tramas e intrigas no pequeno Estado, e no dia
24 de maio Gabriele foi detido. Sciarpelletti foi preso um dia depois, mas 24
horas depois foi liberado. Paoleto ficou 53 dias detido, até ser colocado em
prisão domiciliar.
FONTE:
G1 MUNDO