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– A morte de um
menino palestino de 4 anos, atingido pelo disparo de um tanque israelense, é a
primeira registrada desde o início da trégua humanitária concedida por Israel,
após pressões do mundo inteiro, no fim de semana, na faixa de Gaza. O pequeno
Samih Ijneid morreu junto com outras três pessoas, provavelmente de sua
família, quando a casa em que vivia, em Jabaliya, foi destruída pelo morteiro.
Com
1.054 mortos entre a população palestina, até o cessar-fogo em vigência, e 46
baixas no exército de Israel, o massacre na faixa de Gaza isolou mundialmente o
governo sionista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Mostrado em todos os
seus detalhes por imagens e textos que chocaram o mundo em tempo real, o ataque
desproporcional que atingiu, indiscriminadamente, crianças e a população civil,
teve todas as reações diplomáticas conhecidas – com a manifestação do
presidente dos EUA, Barack Obama, em telefonema a Netanyahu, pedindo a
suspensão da matança, insustentável do ponto de vista humanitário, moral e
ético.
Antes,
o Brasil fez uma veemente condenação do motivo e dos meios usados por Israel
para responder a problemas de convivência na pressionada faixa de Gaza e suas
fronteiras que, de resto, foram avançadas pelo uso da força. Após a
manifestação brasileira e o recrudescimento dos ataques de Israel, o Conselho
de Segurança da ONU, que vinha examinando o assunto, aprovou pedido de trégua
"duradoura" em Gaza, baseada em uma iniciativa do Egito, segundo a
qual o fim das hostilidades abre o caminho para negociações sobre o futuro de
Gaza, incluindo a abertura das fronteiras do território. O pedido solicita
ainda que a pausa nos combates ocorra em função do feriado muçulmano de Eid
al-Fitr, que deve começar nos próximos dias, e se estenda depois disso.
Mas
mais do que os diplomatas podem fazer, entre a dubidiedade americana após
declarado e a solidariedade de pronto prestada pelo Brasil, é na população de
diferentes países que a causa do Estado da Palestina está ganhando expressão. A
bandeira palestina já vai sendo vista nas mãos, nas roupas e nas caras-pintadas
de cidadãos de diferentes nacionalidades. Em Paris, no final de semana, entre
manifestações violentas, como depredações marcadas pela queima de bandeiras de
Israel, também houve espaço para o protesto pacífico.
Muitos
jovens pintaram no rosto o vermelho, o branco, o preto e o verde que aglutinam
o povo palestino sob sua bandeira. A discussão sobre o direito dos palestinos a
terem seu próprio Estado – seja onde for -, extrapolou outra vez os salões da
ONU – cujo Conselho de Segurança condenou Israel – para tomar as ruas e o
corações das grandes cidades do mundo. Essa guerra, o louco Netanyahu jamais vai
ganhar.
Fonte: Brasil 247