Por
Luciana Otoni e Alonso Soto
BRASÍLIA
(Reuters) - O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que em todos os
anos houve correção nos preços da gasolina e que o comportamento do governo é
continuar com reajustes normais, mas negou que haverá "tarifaço" após
as eleições de outubro.
"Todos
os anos tem correção do preço da gasolina, uns mais outros menos, todos os anos
tem correção. Não teve nenhum ano que não teve aumento da gasolina, essa é a
regra", afirmou o ministro em entrevista à Reuters nesta terça-feira.
"Quando
ocorrerá o aumento, essa é decisão que mexe com o mercado, com ações, não se
comenta. É questão das empresas responsáveis", acrescentou o ministro, que
também é presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Mantega
deu a declaração ao ser questionado se, com o arrefecimento da inflação mais
para o fim deste semestre, haveria espaço para ajustes nos preços
administrados.
"Nosso
comportamento é continuar com reajustes normais (da gasolina), sem
tarifaço", afirmou o ministro.
A
diretoria da Petrobras tem pleiteado ao governo reajuste dos preços dos
combustíveis para reduzir a defasagem dos valores praticados no Brasil com os
vistos no exterior, algo que afeta as finanças da companhia.
A
gasolina tem um peso importante no IPCA, índice que baliza a meta de inflação
do governo que é de 4,5 por cento ao ano, com margem de tolerância de dois
pontos para mais ou para menos.
Com
o IPCA em 12 meses acima do teto da meta atualmente, o governo tem menos espaço
para elevar preços administrados como os dos combustíveis.
A
última vez em que houve reajuste nos preços da gasolina foi em novembro do ano
passado, quando a Petrobras anunciou aumento médio de 4 por cento da gasolina e
de 8 por cento no diesel nas refinarias. Na época, especialistas calcularam que
a alta da gasolina ao consumidor final seria de cerca de 3 por cento.
Fonte: Brasil 247