ISLAINE
DOS ANJOS, MidiaNews
- Professores e profissionais da rede de Educação de Sinop (500 km ao Norte de
Cuiabá) estão pedindo alimentos nas ruas, desde sexta-feira (1). A situação
começou após eles terem os salários cortados, em até 11 dias, pelo prefeito
Juarez Costa (PMDB).
As
informações são da presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores do
Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Sidinei Cardoso.
Segundo
ela, 80% dos 1,4 mil profissionais do setor estão em greve em Sinop desde o dia
21 de julho. A rede atende a aproximadamente 14 mil alunos.
Na
última quarta-feira (30), quando os salários foram depositados, alguns
trabalhadores descobriram que receberam menos de R$ 100.
"Fizemos
apelo nas ruas e nas redes sociais, pois não temos como sobreviver até o final
do mês com esse corte no salário. Tem servidor que recebeu R$ 30”, disse a
sindicalista.
O corte de ponto dos trabalhadores, segundo ela, seria uma postura “arbitrária” do prefeito, uma vez que a greve não foi declarada ilegal pela Justiça.
O corte de ponto dos trabalhadores, segundo ela, seria uma postura “arbitrária” do prefeito, uma vez que a greve não foi declarada ilegal pela Justiça.
“A
Secretaria de Educação e a Prefeitura nos fecharam as portas e cortaram o ponto
de forma arbitrária sem nem fazer uma proposta para a categoria. A população
está do nosso lado e apesar das ameaças a greve continua", afirmou a
presidente.
Diante
do corte salarial, os trabalhadores passaram a realizar manifestações diárias
em frente à Secretaria Municipal de Educação desde quinta-feira (31). O órgão,
porém, fechou para o atendimento ao público e ainda não retornou às atividades.
Segundo
o diretor da regional Norte do Sintep-MT, Valdeir Pereira, nenhuma negociação
teve início com a Prefeitura de Sinop e os profissionais do setor –
principalmente aqueles que saíram da zona rural para acampar na cidade e
participar do movimento grevista – estão passando por dificuldades financeiras.
“Por
isso passamos a nos organizar para garantir a alimentação do pessoal que está
participando do acampamento, fazendo cotas e contando com doações. A população
tem compreendido e nos ajudado”, afirmou.
É
o caso da técnica de desenvolvimento infantil Rosimeire Ribeiro, que tem um
salário de R$ 1,5 mil, mas, com os descontos feitos na folha e o corte de
ponto, disse ter recebido apenas R$ 312.
"Estou
vindo ao acampamento para almoçar todos os dias com a minha filha. Mas tenho
colegas que trabalham no apoio, por exemplo, que receberam ainda menos do que
eu", disse.
Reivindicações – A categoria reivindica melhores
condições de trabalho, readequação da jornada de trabalho de 40 horas para 30
horas semanais e equiparação salarial com a rede estadual de ensino.
Por
meio de assessoria, o Sintep-MT informa que o salário base dos professores da
rede municipal é de R$ 1.697 para uma jornada de 40 horas semanais.
Eles
comparam a remuneração com o salário recebido pelos educadores da rede
estadual, que é de R$ 1.747 para o cumprimento de uma carga horária semanal de
30 horas.
As
condições das escolas, segundo o sindicato, também é precária.
Fonte: Brasil 247