terça-feira, 5 de agosto de 2014

PROFESSORES PEDEM COMIDA NAS RUAS EM CIDADE DE MT




ISLAINE DOS ANJOS, MidiaNews - Professores e profissionais da rede de Educação de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá) estão pedindo alimentos nas ruas, desde sexta-feira (1). A situação começou após eles terem os salários cortados, em até 11 dias, pelo prefeito Juarez Costa (PMDB).

As informações são da presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Sidinei Cardoso.

Segundo ela, 80% dos 1,4 mil profissionais do setor estão em greve em Sinop desde o dia 21 de julho. A rede atende a aproximadamente 14 mil alunos.

Na última quarta-feira (30), quando os salários foram depositados, alguns trabalhadores descobriram que receberam menos de R$ 100.

"Fizemos apelo nas ruas e nas redes sociais, pois não temos como sobreviver até o final do mês com esse corte no salário. Tem servidor que recebeu R$ 30”, disse a sindicalista.

O corte de ponto dos trabalhadores, segundo ela, seria uma postura “arbitrária” do prefeito, uma vez que a greve não foi declarada ilegal pela Justiça.

“A Secretaria de Educação e a Prefeitura nos fecharam as portas e cortaram o ponto de forma arbitrária sem nem fazer uma proposta para a categoria. A população está do nosso lado e apesar das ameaças a greve continua", afirmou a presidente.

Diante do corte salarial, os trabalhadores passaram a realizar manifestações diárias em frente à Secretaria Municipal de Educação desde quinta-feira (31). O órgão, porém, fechou para o atendimento ao público e ainda não retornou às atividades.

Segundo o diretor da regional Norte do Sintep-MT, Valdeir Pereira, nenhuma negociação teve início com a Prefeitura de Sinop e os profissionais do setor – principalmente aqueles que saíram da zona rural para acampar na cidade e participar do movimento grevista – estão passando por dificuldades financeiras.

“Por isso passamos a nos organizar para garantir a alimentação do pessoal que está participando do acampamento, fazendo cotas e contando com doações. A população tem compreendido e nos ajudado”, afirmou.

É o caso da técnica de desenvolvimento infantil Rosimeire Ribeiro, que tem um salário de R$ 1,5 mil, mas, com os descontos feitos na folha e o corte de ponto, disse ter recebido apenas R$ 312.

"Estou vindo ao acampamento para almoçar todos os dias com a minha filha. Mas tenho colegas que trabalham no apoio, por exemplo, que receberam ainda menos do que eu", disse.

Reivindicações – A categoria reivindica melhores condições de trabalho, readequação da jornada de trabalho de 40 horas para 30 horas semanais e equiparação salarial com a rede estadual de ensino.

Por meio de assessoria, o Sintep-MT informa que o salário base dos professores da rede municipal é de R$ 1.697 para uma jornada de 40 horas semanais.

Eles comparam a remuneração com o salário recebido pelos educadores da rede estadual, que é de R$ 1.747 para o cumprimento de uma carga horária semanal de 30 horas.

As condições das escolas, segundo o sindicato, também é precária.

Fonte: Brasil 247