247 –
À frente do MTST, movimento que defende o direito à moradia, Guilherme Boulos
prevê uma onda inédita de radicalização no País, caso o impeachment venha a ser
aprovado e o vice Michel Temer venha a assumir a presidência da República.
"Com Temer,
junto com o golpe vem um pacote de terra arrasada, de devassa nos direitos
sociais e de reforma trabalhista para acabar com os direitos
trabalhistas", disse Boulos, ao jornal Valor. "Dizer que o país
vai ser incendiado por mobilizações sociais se vierem com esse programa é quase
uma obviedade, não é nenhuma ameaça", completou Boulos, na entrevista em
que chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "rato
operador" de Temer.
Boulos diz, ainda,
que Temer não terá legitimidade para presidir o País. "O governo Temer, se
vier a ocorrer, vai padecer de um questionamento de legitimidade, de alguém que
não foi eleito no voto direto e tem 1% das intenções de voto. Junto com o golpe
vem um pacote de devassa nos direitos sociais, trabalhistas. Isso intensificará
mobilizações e aprofundamento do conflito social."
FHC
ENVERGONHADO. Ele também questionou uma ação do DEM e do PSDB, que
pediram sua prisão por supostamente incitar a violência. "Se Temer de fato
ousar vir com essa pauta que anunciou, ele vai convulsionar a sociedade. Dizer
que vai fazer união nacional com reforma trabalhista que ataca direitos sociais
é uma piada. O Brasil vai ser tomado por greves, mobilizações, lutas diárias,
ocupações. Outro dia eu disse isso e o DEM e o PSDB entraram na Justiça pedindo
a minha prisão, dizendo que eu estava incitando a violência. É importante fazer
um esclarecimento sobre isso. Um governo que generaliza a terceirização, que
vai fazer a desindexação do salário mínimo, vai atacar a aposentadoria, como
você acha que vai ser a reação dos trabalhadores? Vão usar os instrumentos que
têm, vão fazer greve, paralisações. Se um governo quer acabar com o Minha Casa,
Minha Vida, extinguindo o subsídio público, como você acha que vai ser a reação
das seis milhões de famílias que não têm moradia? Fazer ocupação."
Boulos diz que o
programa "Ponte para o Futuro" está tão à direita que até Fernando
Henrique Cardoso, conhecido por sua agenda neoliberal, "ficaria
envergonhado". Fonte: Brasil 247.
OPINIÃO DO BLOG: Esse discurso ou outro qualquer sem o pronunciamento
oficial de quem possa estar à frente do poder hoje ou amanhã, pode ser
considerado apenas e tão somente uma falácia ou propaganda enganosa. Está se querendo
vender o desequilíbrio social e econômico do País, num possível governo de A ou
B. Defender uma bandeira implica em ser mais realista e prático e nunca no espalhar de suposições.
Quando da possível
ascensão de Lula, e por eleições livres e democráticas, apregoava-se em todos
os recantos que seria um desgoverno, as instituições estariam ameaçadas pelas
suas ideias comunistas e sindicalistas, etc, etc e tal. Ganhou as eleições,
assumiu e governou sem amedrontar ninguém, ou melhor, sem causar nenhum
problema aos capitalistas e grandes empresários. Ao contrário o País cresceu e
os mais pobres melhoraram de vida e puderam conviver com os mais ricos.
Provavelmente o
impeachment passará e se terá um novo governante, por força das circunstâncias,
é claro. O Brasil não pode ficar sem um governante. Agora se Dilma volta ou não
é outra história que será conhecida no devido tempo.
Parece-me um contrassenso e muito forte se
dizer como se comportará quem chegar ao governo, até porque os dias de quem o assumir
parecem ser nebulosos diante da realidade política vivida pelos brasileiros
hoje. Como traçar planos para administrar se ao menos nem se sabe quem assumirá
ou por quanto tempo ali se demorará?
Quem diria, por exemplo, que pessoas
acusadas de envolvimentos em atos ilícitos viessem a julgar uma presidente que
não tem nada que macule a sua honra?
Há quem diga que o impeachment é golpe e
quem o afirme legítimo. E então? Estes são momentos dificílimos vividos por
todos nós.
O Pais está parado há mais de ano e a sua economia
definha rapidamente e a olhos vistos, enquanto sofrem os mais pobres a quem a
inflação afeta mais fortemente. Que se resolva logo toda a situação política
pelos políticos e a situação moral pela Justiça.
Outras ações se transformam em meros discursos,
apenas discursos de quem quer aparecer e ocupar espaço.