247 - O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, pediu, na abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), que ele preste depoimento em até 90 dias sobre as suspeitas de
recebimento de propina de Furnas.
A solicitação foi feita ao
ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, relator dos casos
relacionados à Operação Lava Jato. Ainda não houve resposta do ministro sobre o
pedido de investigação.
O pedido de abertura de inquérito
teve como base a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, mas também
contou com novas informações prestadas pelo doleiro Alberto Youssef, um dos
primeiros delatores da Lava Jato.
Youssef relatou que Aécio recebia
valores mensais, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada
por Furnas.
Na petição, Janot informa que uma
operação da Polícia Federal no Rio encontrou documentos de doleiros que
confirmam a existência de uma conta no exterior ligada a uma fundação em nome
da mãe de Aécio, Inês Maria Neves Faria. O fato havia sido citado na delação de
Delcídio. "Referidas informações constituem um conjunto harmônico e
apontam para a verossimilhança dos fatos descritos", afirmou o procurador.
Janot também solicitou um
inquérito contra Aécio e o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), sob
suspeitas de envolvimento na maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o
mensalão mineiro, na época em que Aécio era governador de Minas.
Também deve ser ouvido o ex-diretor de Furnas Dimas
Toledo, apontado por Delcídio como responsável por repasses de propina.
Em nota, Aécio disse ter
"convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações
feitas". O tucano afirmou considerar "natural e necessário que as
investigações sejam feitas, pois irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes,
a correção da sua conduta".
Abaixo a nota do tucano na íntegra:
O senador Aécio Neves considera
absolutamente natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois elas
irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a correção da sua conduta.
Quando uma delação é homologada
pelo Supremo Tribunal Federal, como ocorreu com a delação do senador Delcídio
Amaral, é natural que seja feita a devida investigação sobre as declarações
dadas.
Por isso, na época, o senador
defendeu publicamente que fossem abertas investigações sobre as citações feitas
ao seu nome.
Como o próprio senador Delcídio
declarou recentemente, as citações que fez ao nome do senador Aécio foram todas
por ouvir dizer, não existindo nenhuma prova ou indício de qualquer
irregularidade que tivesse sido cometida por ele.
Trata-se de temas antigos, que já
foram objetos de investigações anteriores, quando foram arquivados, ou de temas
que não guardam nenhuma relação com o senador.
O senador Aécio Neves reitera o
seu apoio à operação Lava Jato, página decisiva da história do país, e tem
convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações
feitas. Fonte: Brasil 247.