sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

BELÉM

O início do atual município de Belém, encravado no Agreste paraibano e integrante da Microrregião de Guarabira, só nos chega ao conhecimento graças à força da oralidade uma vez que não há registros escritos sobre o assunto. Tem área equivalente a 100,0 km², está a 149 metros acima do nível do mar e a sua população é de 17.184 habitantes. (IBGE, 2007). Limita-se com os municípios de Serra da Raiz, Bananeiras, Campo de Santana (antiga Tacima), Pirpirituba, Sertãozinho, Duas Estradas e Caiçara. As suas principais serras são Angelim, Baiano, Camucá, Jenipapo, Lagoa de Serra e Suspiro e é banhado pelo rio Curimataú.

O lugarejo era conhecido como Gengibre, por todos os habitantes da região, em virtude da abundância dessa raiz medicinal de sabor ardente, e as suas origens remontam ao final de 1800, quando às segundas-feiras se reuniam viajantes e tropeiros que por ali passavam (ou repousavam) em busca de Nova Cruz-RN e Mamanguape-PB. Ai surgiria uma espécie de feira livre onde eram negociados animais e outras mercadorias. Na segunda década do século passado, o cidadão José Pereira se estabeleceu no lugar e montou uma pousada para acolher os tropeiros que por ali passavam. Assim, nasceriam as primeiras residências que formariam o povoado.

A capela à Virgem da Conceição, erguida em 1917, era administrada pelo sacerdote José Tavares Bezerra, até que a doença o afastou dessa obrigação religiosa e da administração do seu próprio patrimônio. Assim, no ano seguinte, doou as suas terras à igreja (80 hectares) e sobre elas seriam levantadas definitivamente todas as casas comerciais e residenciais que estruturariam a cidade de Belém atual. Nesse mesmo ano, 1918, foi iniciada a construção da igreja matriz, de estilo renascentista, concluída em 24 de fevereiro de 1934.

No final da segunda década do século XX, o povoado foi visitado pelos frades Herculano e Martinho que encontraram dificuldades para realizar as missões, pois os fiéis presentes se mostravam muito agitados e discutiam bastante, perturbando o evento religioso. Daí sugeriram trocar o nome de Gengibre, a quem atribuíram a responsabilidade pela inquietação popular às missões, pelo de Belém, “casa e pão”, de significado belíssimo e porque foi o berço natalício de Jesus Cristo, na Judéia.

Entre 1936 e 1938, o município passou a ser conhecido como Belém de Caiçara, uma vez que era distrito daquele importante município do Curimataú paraibano. De 1939 a 1943, se fez distrito de Guarabira, por força da divisão administrativa do país. Em 1943, o Decreto-Lei 520, substituiu o nome de Belém, em vigor desde 1936, pelo de Curimataú, entretanto o povo só o conhecia como Belém de Caiçara. Por isso, em 1949, a Lei 318, oficializou essa denominação. Pela Lei nº 520 (31/12/1943), teve a sua designação alterada para Curimataú, voltando a ser denominado Belém de Caiçara, a partir de 07/01/1949, pela Lei nº 318.

Em 6 de setembro de 1957, a Lei 1.752 emancipou politicamente Belém do município de Caiçara, graças ao governador Flávio Ribeiro Coutinho, que nomeou Manoel Miguel de Azevedo para dirigir os destinos do município. Dez dias depois, Manoel Miguel seria substituído pelo bacharel em direito Manoel Xavier de Carvalho, nomeado por Pedro Moreno Gondim que assumira o Palácio da Redenção em substituição ao doutor Flávio Ribeiro, afastado urgentemente conforme licença médica, por estar muito enfermo. Xavier de Carvalho concorreu às eleições para prefeito e se sagrou o primeiro prefeito eleito do lugar.

A festa de São Pedro (28 e 29 de junho) é a principal e se realiza pelas ruas centrais da cidade, completamente tomadas de automóveis e turistas de todo o Estado e região, que disputam lugares para assistir as atrações musicais nacionais e internacionais. Em dezembro, acontece a festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município e mesmo sem o pavilhão central, tem nas novenas o ponto alto quando os fiéis e devotos preenchem todos os espaços do templo sagrado até o dia 08 do mesmo mês quando da realização da procissão que marca o ponto final desse evento de fé católica. O Natal, a 24 desse mesmo mês, não é mais tão comemorado como dantes, porém ainda é muito preferida pelas pessoas mais antigas do lugar. Em 31 de dezembro, no distrito de Rua Nova, comemora-se nas ruas próximas à capela, a Festa de Ano Novo, de caráter tradicional.