segunda-feira, 17 de março de 2008

MORRE UM DEMOCRATA


Desde as primeiras horas da manhã deste sábado, dia 15, o grande jurista paraibano Israel Guedes Pereira, com apenas 54 anos de idade, de forma trágica e inesperada deu adeus à vida, deixando na orfandade dezenas de pessoas humildes, que nele tinham um autêntico defensor dos seus direitos, junto aos tribunais de justiça e delegacias de polícia do nosso Estado e até de outros, se fosse o caso.

Ao longo de sua existência, sobretudo depois de exercer a advocacia, cujo título adquirira na Universidade Federal da Paraíba, dedicou-se à profissão com decência e honradez, erguendo sempre a voz em defesa dos que não eram ouvidos nos locais onde a opulência e o luxo falavam mais alto. Fez-se um defensor intransigente dos mais humildes e mais pobres e de muitas causas ganhas, nem agradecimentos recebeu.

Ao montar a sua banca advocatícia, no torrão natal Alagoa Grande, o intelectual jurista construiu uma verdadeira trincheira onde se posicionava para exercer a defesa dos que o procuravam com sede de justiça. Atirava-se denodadamente às causas como se lhe rendessem honorários invejáveis. Confirmam-lhe a humildade a forma de vestir, o veículo que possuía e a simplicidade que o acompanhou a vida inteira. Como tantos do vizinho município de Alagoa Grande, Israel era realmente um homem pobre, carregando consigo, apenas um cabedal de dignidade. Foi um amante da liberdade e da democracia.

Ao seu velório, não faltaram políticos, populares, empresários e religiosos de toda a região, que ansiosos aguardavam a última caminhada que faria, quando na matriz o relógio anunciasse dezessete horas, rumo à morada final, no único campo santo de Alagoa Grande. No discurso comovido de Rubiana, sua filha, proferido ao lado do caixão, além das frases sob copiosas lágrimas que mencionavam a sua tristeza, deixava escapar uma espécie de gemido, pela partida daquele que um dia, num profundo ato de amor, dera-lhe a vida e ao próprio irmão, Rubião.

Assim, estava terminada uma vida de decência e responsabilidade, vivida sempre em favor dos que nada tinham porque nasceram na pobreza. Os mais humildes demonstravam no semblante triste, toda a amargura do momento, enquanto elevavam a Deus uma prece em que lhe rogavam recebê-lo na grande mansão dos justos, para viver a vida eterna.

Os guarabirenses não faltaram ao seu velório e sepultamento, numa inequívoca demonstração de respeito e admiração, por aquele que há poucos dias fora nomeado pela prefeita Fátima Paulino, Procurador Jurídico do município.

A esse grande homem e jurista, o nosso adeus mais sincero.