No século XVI, os colonizadores portugueses encontraram na Serra de Cupaoba, atual município de Serra da Raiz, sinais pré-históricos insculpidos em blocos de pedras, numa inequívoca demonstração de que pretendiam passar informações do seu dia a dia, à posteridade. Atualmente, inúmeros vestígios desse tipo, são encontrados em muitos municípios da Paraíba: Caiçara, Dona Inês, Bananeiras, Lagoa de Dentro, Ingá, Esperança, Araruna, Serra da Raiz e Cacimba de Dentro.
No interior das vastas matas que cercavam Guarabira, habitavam os índios pitagorés, componentes da nação tapuia, às margens do rio Araçagi-Mirim ou Maciel, que banhava as terras da localidade conhecida por Maciel de Cima e outras como Escrivão, Passagem e Caboclo. Não eram violentos e nem praticavam a antropofagia. Sempre foram muito combatidos pelos índios tabajaras que costumavam se apropriar das terras e pertences dos povos vencidos.
À região chegaram por essa época, várias pessoas que se dedicavam à mineração, mas nada encontrando que pudesse garantir-lhes a sobrevivência, levantaram acampamento e partiram para outras localidades mais distantes. Tempos depois, chegaram dois portugueses que conquistando duas caboclas nativas, constituíram família e montaram residência, dando ao local o nome de Maciel, em homenagem á sua terra natal, nos confins de Portugal. Ao partirem dessa região, se fixaram em área do atual município de Araçagi e, provavelmente foi na região conhecida ainda hoje por Caboclo que esses europeus iniciaram a sua descendência. Futuramente, os silvícolas se retiraram dessa localidade e se mudaram para as terras do atual município de Itapororoca.
Nas terras do Maciel de Cima, encontramos vestígios da existência de povos pré-históricos paraibanos, graças ao sítio arqueológico da Pedra da Viola, também conhecida como Pedra com Figuras e Pedra Encantada, às margens do rio Maciel, nome conquistado pelo Araçagi-Mirim ao começar a banhar as terras dessa localidade.
As inscrições que surgem no bloco de granito, chamam a atenção, graças aos desenhos elaborados pelos nossos antepassados, permanecendo até os dias atuais sem uma decifração definitiva e cientificamente comprovada, apesar dos esforços empreendidos por estudantes, geógrafos, historiadores e arqueólogos que se dedicam a estudá-la. Alguns afirmam que se referem ao cotidiano do lugar, discorrendo sobre fauna e flora, caça e pesca e sua organização social dos índios.
As enchentes de 1924 e 1964, que assustaram e arrasaram muitos municípios da Paraíba, foram grandes responsáveis pelo assoreamento enorme do rio Maciel, chegando a soterrar grande parte do painel principal da Pedra da Viola, impedindo uma visão ampla e nítida de todo o grafismo ali contido. Mesmo assim, conseguimos divisar símbolos como: uma chave para libertar o reino encantado ali existente; uma viola para animar o banquete; rastros dos pés de Jesus criança, quando veio com a Virgem Maria e os gravou na pedra; uma tesoura; uma mão de pilão para a preparação das comidas e sapatinhos de Jesus, deixados por Maria quando com ele retornou aos céus.
No imaginário popular da região, a Pedra da Viola é tida como um reino encantado que guarda um grande tesouro a ser ofertado a quem o desencantar. Enquanto isso, algumas pessoas do lugar afirmam categoricamente terem visto luzes coloridas em determinadas noites, como se fossem discos voadores, sobrevoando o monumento.
O sítio Maciel de Cima está a