quinta-feira, 5 de junho de 2008

TAUATUBA DE ONTEM, ALAGOINHA DE HOJE

O atual município de Alagoinha, com área de 94,7 km² e a 133 metros acima do nível do mar, está situado na Região de Depressão e na Mesorregião do Agreste Paraibano, limitando-se com Cuitegi, Pilões, Mulungu, Alagoa Grande, Guarabira, Mulungu e Areia. A sua Latitude é de 06°57’00” e Longitude de 35°32’00” e tem população de 13.041 habitantes nas áreas urbana e rural. (CENSO, 2007).
É banhado pelo rio Tauá e riacho do Ribeiro, tendo como serras principais Cruzeiro, Salitre e Amendoim.
O seu início data da segunda metade do século XVI, quando a região era ponto de passagem de franceses contrabandistas e na localidade se deparavam com índios potiguaras. Alguns historiadores acreditam que silvícolas ai residentes eram bultrins que teriam vindo da Borborema ou cariris oriundos do litoral, esses empurrados para o interior pelos tabajaras. Os estrangeiros se dirigiam à Serra da Copaoba, atual Serra da Raiz, à procura de minas auríferas.
O povoamento aconteceu a partir de 1864, próximo a uma lagoa, quando duas lavadeiras construíram uma pousada nas terras de Manoel Félix, para abrigar tropeiros e mascates em busca de Mamanguape, importante centro paraibano, pela grande feira que oferecia e o porto de Salema, por onde era escoada a produção de nossa região, para mercados mais distantes. O nome do lugar nasceu dessa pequena lagoa.
Uma lenda conta que tropeiros e andarilhos condutores de boiadas, vindos de Mamanguape em direção das terras sertanejas, certa vez ao passarem por Alagoinha, tiveram um desses animais desgarrado que adentrou as matas de uma serra e nunca mais foi encontrado. O lugar passou a ser conhecido como Alagoinha Serra do Boi.
Sobre o povoamento, outra versão anuncia que o local só fora habitado a partir de 1870, por um comerciante de nome Luís Honorato. Mais tarde, chegaria o tenente Joaquim José de Moura, como proprietário de terras e instalou ali um outro estabelecimento comercial.
Nesse mesmo ano, se inicia a construção da capela da Virgem da Conceição, graças a Francisco Rocha Pereira e José Luís Beltrão. Em 1885, foi iniciada a construção da igreja matriz e muitos anos depois, em 9 de dezembro de 1909, de acordo com Decreto assinado por Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, primeiro Bispo da Paraíba, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, sob administração do sacerdote Antônio Francisco de Barros Ramalho.



Em 25 de outubro de 1921, pela Lei 533, o povoado foi elevado a Distrito de Paz e em 1929, o povo se manifestou pela sua emancipação política, porém não teve eco perante as autoridades maiores do Estado. A 30 de março de 1938, pelo Decreto-Lei 1.010, alcançou a condição de Vila.
Em 31 de dezembro de 1943, teve o seu nome mudado para Tauatuba, pelo Decreto-Lei 520, conforme antiga designação da língua tupi-guarani, anunciando que a região era muito rica em barro vermelho: “tauá = barro”; “tuba = abundância”. Em 7 de janeiro de 1949, pela Lei Estadual 318, voltou ao nome de Alagoinha.
Desde 3 de dezembro de 1953, a Lei 979, criou o Município e Comarca de Alagoinha, tendo o governador João Fernandes de Lima, nomeado Geraldo Gomes Beltrão como prefeito, em 30 de dezembro de 1953. Permaneceu no cargo até 1º de outubro de 1955, quando apresentou renúncia e foi substituído por Róbson Duarte Espínola que governou Alagoinha até 29 de novembro de 1955, quando foi substituído por Elógio Martins de Araújo e Antonio Barbosa de Lucena, eleitos prefeito e vice, respectivamente nas primeiras eleições democráticas do lugarejo.
À Câmara Municipal foram eleitos os vereadores Miguel Severino Monteiro, José Garcez de Araújo, Paulo Cabral de Castro, Belísio Matias de Oliveira, Luiz Gomes de Araújo, José Santiago Nóbrega e Derivaldo Uchoa Pinto, sendo empossados em 30 de novembro de 1955.



Essa pequenina cidade paraibana, a 15 km de Guarabira, pode ser alcançada pela rodovia estadual PB-075, no sentido Alagoa Grande, mostra aos visitantes o seu grau de organização e de franco desenvolvimento, sobretudo às margens dessa rodovia onde surgem muitos estabelecimentos comerciais, indústrias, bares, lojas, unidades escolares e o mercado público em que aos sábados ocorre feira livre, atendendo a grande clientela do próprio município e de outros da região.
A sua principal festa é a da Virgem da Conceição, padroeira do município, comemorada a partir dos primeiros dias de dezembro até o dia 8, quando ocorre a procissão acompanhada por fiéis católicos, sob a orientação sacerdotal de Jardiel Sáttiro da Silva, pelas principais ruas da cidade. Comemora-se festivamente também, a Emancipação Política do Município, 3 de dezembro, confundindo-se até, com as festividades religiosas da Padroeira. Uma outra festa muito comemorada, embora em menor estilo é a de Natal.
Dois balneários, na cidade e zona rural (Jacaré), levam banhistas à diversão aos domingos, feriados e dias santificados. Muito próxima à cidade, está a mata da EMEPA/EMBRAPA, deleitando os olhos dos que admiram a natureza em toda a sua plenitude.
Ainda são encontrados alguns engenhos na área rural, moendo a cana de açúcar e produzindo cachaça de boa qualidade.
Assim é TAUATUBA DE ONTEM, ALAGOINHA DE HOJE