terça-feira, 27 de maio de 2008

CUITEGÍ

Há 9 quilômetros de Guarabira, no sentido dos municípios de Alagoinha e Alagoa Grande, através da rodovia estadual PB-075, alcançamos a pequenina cidade de Cuitegí, sede do município de mesmo nome e que se fez povoado em 1873, permanecendo assim até 1938, quando o Decreto-Lei nº 1.010, de 30 de março, o promoveu a Distrito com o nome de Cuité. Esse nome seria mudado para Cuitegí, graças ao Decreto-Lei nº 1.164, de 15 de novembro de 1.938, para evitar que continuasse sendo confundido com um município do agreste acatingado, também denominado de Cuité, próximo a Barra de Santa Rosa.

A origem do seu nome é explicada como do tupi-guarani: Cui = Vaso, Éter = Real e Gi = no Rio, uma vez que os indígenas Giss, primeiros moradores da região onde se localiza Cuitegí, ali chegaram procedentes de Mamanguape e Araçagi onde habitavam as margens do rio desse mesmo nome. Assim, o vocábulo seria traduzido como vasilha de beber água, ilustre vaso de água ou grande vasilha no rio.

Enquanto isso, populares mais antigos do lugar atribuem o seu nome a frondosa árvore da cuité existente no centro da cidade, atual rua 7 de Setembro, e sob a qual os tropeiros e comerciantes ambulantes repousavam durante horas, do cansaço pelas longas caminhadas empreendidas. Ai teria nascido o primeiro povoado com casas construídas no entorno da árvore. Nessa artéria, seria construída a capela, atual igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário.



Por volta de 1870, Guarabira vivia momentos difíceis, em virtude da peste de varíola que acometeu o lugar e maltratou muito a sua população. Em face disso, a sua feira declinou sensivelmente quando muitos viajantes e residentes da região se afastaram do lugar maldito. Assim, o comércio guarabirense foi profundamente abalado, enquanto prosperava a feira semanal de Cuitegí. Ao ser definitivamente controlado o surto desse mau, os comerciantes que trabalhavam naquele lugarejo, não quiseram mais voltar a Guarabira para comercializar os seus produtos, tendo o governo interferido com o envio de uma tropa do exército, num dia de sábado, e essa os obrigou a caminhar até Guarabira, conduzindo mercadorias e apetrechos de trabalho.

A 26 de dezembro de 1961, Cuitegí foi promovido a município, emancipando-se de Guarabira, graças à Lei nº 2.685, no governo de Pedro Moreno Gondim (1961-66), que promovia no Estado uma série de emancipações desse tipo. Para o município de Guarabira a emancipação desse Distrito trouxe muitos dissabores e abalo econômico uma vez que aquele povoado era excelente produtor de frutas, cereais, mandioca/farinha e cana-de-açúcar, enquanto as suas olarias e curtume negociavam bastante os seus produtos. A pecuária também se destacava, muito embora em menor escala.

Coube a João Bezerra da Silva, por nomeação do governador, a responsabilidade de administrar os primeiros passos de Cuitegí, havendo renunciado ao mandato em 14 de julho de 1962. Para substituí-lo, foi nomeado Benedito Targino da Silva que permaneceu no cargo até a realização das eleições quando se sagraram eleitos prefeito e vice, em 3 de outubro de 1962, Antônio Paulino Filho e Galileu Pereira de Melo.

Atualmente o município de 49,3 km² e banhado pelo rio Araçagi, tem população de 7.047habitantes residentes na zona rural e área urbana (IBGE, 2007). As serras mais importantes são Palmeira, Mangueira, Espinho e Jacu. Está encravado na Mesorregião do Agreste Paraibano e constitui a Microrregião de Guarabira, estando a 90 metros acima do nível do mar. Tem Latitude de 6º53’00” e Longitude de 35°32’00”. Limita-se com Guarabira e Pilõezinhos, ao Norte; Alagoinha, ao Sul; Guarabira, a Leste e Pilões, a Oeste.

A sua sede embora pequena, é relativamente organizada com um comércio composto de padarias, mercearias (antigas bodegas), miudezas, bares, posto de combustíveis, supermercados, lojinhas, barbearias, ferragens, farmácia, revenda de bujões de gás e um mercado público no centro da cidade, onde ocorre dominicalmente a sua feira livre.



Embora predomine o catolicismo, sob o manto sacro da Virgem do Rosário, outras religiões ali são professadas através de templos erguidos para essa finalidade, à medida que os anos foram se sucedendo.