Historicamente, a formação de Dona Inês acontece entre os séculos XIX (final) e XX (início), com os primeiros sítios e fazendas. O povoamento se deu para encurtar distâncias entre Nova Cruz (RN), Bananeiras e Araruna (PB), importantes centros comerciais graças às feiras aí desenvolvidas e porque se achava geograficamente em área de transição com relação a esses três núcleos populacionais.
Vista aérea da cidade (Arquivo do site da Prefeitura)
Famílias de Pedro Teodoro da Silva, José Paulino da Costa e Pedro José Teixeira, chegariam à localidade, se estabeleceriam definitivamente e a denominariam de Serra de Dona Inês. Nascido o povoado, coube ao padre José Teixeira, a construção da primeira casa e em 1905, da capela em homenagem à Virgem da Conceição. Nas ruas adjacentes à igreja, era realizada a feirta livre da cidade, tendo esta passado por reforma em 1999, pelo padre Luiz Deodato.
Cruzeiro e Igreja da Virgem da Conceição, atual Igreja Mãe, primeiro templo católico construído na cidade de Dona Inês (2003)
Igreja de Santa Inês e São Sebastião, construída nos modernos padrões arquitetônicos e com capacidade para receber os inúmeros fiéis (2003)
Lendariamente, por volta de 1850, vaqueiros que procuravam reses desgarradas entre matas e serras do lugar, avistaram uma coluna de fumaça. Procuraram er o que estava acontecendo e encontraram à sombra de um cajueiro próximo a uma grande pedra e poço d’água, um negro (escravo) e uma mulher branca, tendo essa se apresentado como Inês, filha de senhor de engenho, em Pernambuco. Ali estavam, vindos de um quilombo onde não foram aceitos, por causa da cor da mulher e, assim resolveram ficar naquela localidade, vivendo o amor incompreendido pelo convencionalismo social da época. O casal passou a viver dos conhecimentos culinários da mulher, procurados por viajantes famintos que ali chegavam à procura de descanso e da cristalina e saborosa água cristalina do lago.
O povoado foi denominado de Serra de Dona Inês numa referência à lenda do escravo e mulher branca, e se transformou em distrito de Bananeiras de quem se desvinculou politicamente, em 19 de junho de 1959, graças à Lei Estadual 2.141, publicada no D.O. em 21 de junho, com o nome de Dona Inês. O então governador Pedro Moreno Gondim, atendeu aos reclamos da população liderada por José Tomaz de Aquino e vereadores Manoel Leonel da Costa e Luiz Pedro da Costa (Lulinha) ambos com assentos na Cãmara Municipal de Bananeiras. Para administrar o município que passou a ser denominado de Dona Inês, Pedro Gondim nomeou a José Tomaz de Aquino ou Zé Cardoso, como era muito conhecido na região, permanecendo como interventor até 17 de novembro de 1959, quando se deram as eleições municipais para prefeito, vice e vereadores.
Localiza-se na Mesorregião do Agreste Paraibano e na Microrregião do Curimataú Oriental e a 6°37’00” de Latitude e 36°38’00” de Longitude. Está a 421 metros de altitude, com área de 74,1 km². Os habitantes são 10.832, dos quais 4.447 estão na área urbana e 6.385 na zona rural. As mulheres são equivalentes a 5.318 e os homens a 5.513, notando-se, portanto uma ligeira predominância do sexo masculino. (CENSO 2007).
Limita-se atualmente com os municípios de Riachão e Campo de Santana, ao Norte, Bananeiras e Solânea, ao Sul, Campo de Santana, ao Leste e Cacimba de Dentro, a Oeste. A região tem alguns pequenos riachos que são afluentes do rio é Curimataú, este marcando presença apenas na região de limites com o município de Bananeiras. Modernizada, a cidade oferece à sua mocidade, local adequado para que desenvolva atividades inerentes ao seu desenvolvimento perante a sociedade regional.
A economia desse município é compreendida pela produção de fava, milho, feijão e sisal, em quantidade um tanto resumida, à falta de recursos hídricos, além de pecuária extensiva, na qual se destacam bovinos (corte), suínos, ovinos e caprinos. Destaca-se, ainda pela extração mineral, onde cerca de duzentas famílias conseguem emprego. O pequeno comércio local é constituído de supermercados, mercearias, lojas de material de construção, miudezas, lojas de roupas, farmácias, etc.
Pedreira e grande reservatório (canto superior esquerdo) para guarda de águas durante o período de inverno na cidade de Dona Inês (1990)