26 de novembro de 1887 - Parte II
Cronologicamente, a nossa História teve muitos momentos importantes, dentre os quais podemos destacar que se fazia ponto de pousada dos conquistadores em nome de Portugal, quando buscavam a Serra da Copaoba, atual Serra da Raiz, entre novembro de 1585 e início de 1586. Esse período foi marcado pela violência com que os índios ali contidos em mais de 40 aldeias, chefiados por Zerobabé e Pao Seco, foram sumariamente dizimados pela truculência dos comandados de Martim Leitão. Além dos mortos e alguns prisioneiros feitos, incendiaram suas aldeias como garantia de que não mais interfeririam na posse da terra paraibana. A mão armada da Corôa se fazia anunciar como poderosa e impiedosa.
A igreja católica andava de mãos dadas com a Corôa portuguesa e enviava seus representantes em nome da catequização e difusão do catolicismo, pelo que muitos padres conseguiram se fixar nas terras paraibanas. Na região de Guiraobira, como era conhecida a nossa terra à época, o sacerdote Francisco Ferreira, a 21 de setembro de 1690, requereu dos representantes da Corôa, uma sesmaria com área de duas léguas em quadro, na cabeceira do Rio Goijaemenduba onde estariam terras do olindense Duarte Gomes da Silveira. A esse se atribui a edificação do Engenho Morgado nas nossas paragens, dele bastante conhecidas uma vez que por aqui passara tantas vezes em direção à Copaoba para també dar combate aos silvícolas do lugar.
Em 15 de maio de 1730, o padre João Milanês que aqui se fixara, construiu a primeira capela de Guarabira, servindo de orago à Virgem da Conceição.
No final de 1755, chega a Guarabira o português José Gonçalves da Costa Beiriz e depois de comprar por 6.000 cruzados as terras do padre Francisco Ferreira, construiu o Engenho para produção de açúcar mascavo, se estabelecendo, definitivamente. Em 1756, construiu a capela da Virgem da Luz, até porque tinha um filho sacerdote, de nome Cosme. Pelo Decreto nº 17 de 27 de abril de 1837, o povoado de Guarabira foi elevado a Vila, com o nome de Independência, quando se dá a criação da Freguesia de Nossa Senhora da Luz.
Começa ai um surto de desenvolvimento do lugar, graças à produção agrícola da região e que precisava ser transportada para os centros maiores. Atentas as autoridades governamentais construíram a Estação Ferroviária Conde D'Eu e inauguraram-na a 4 de junho de 1884, quando a máquina "Maroca" chegou-nos com vagões de passageiros repletos de pessoas importantes da Província de Paraíba.