segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ecos de 1930

Nasceu na cidade de Umbuzeiro, encravada geograficamente no Agreste Paraibano, a 24 de janeiro de 1878, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e como muitos do seu tempo, ao atingir a idade adequada, despediu-se do lar e foi buscar conhecimentos em cidades mais evoluídas do país, começando por Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito, fazendo-se bacharel, em 1904. Mais tarde, passaria pelas cidades do Rio de Janeiro, capital da Brasil, e Pará.

Quando teve indicado o nome para presidente da Paraíba, pelo tio Epitácio Pessoa, político muito influente na capital da República, João Pessoa renunciou ao cargo de Ministro do Superior Tribunal Militar. Eleito em junho de 1928, foi empossado no cargo em outubro desse mesmo ano, dando início a um governo austero e voltado para o enfraquecimento das oligarquias paraibanas, muito embora pertencesse a uma delas.



A sua administração (1928-30), foi marcada pela reorganização das finanças do Estado, atualização do pagamento dos salários do funcionalismo atrasado em 6 meses, demissão de excedente de funcionários, criação de sistema tributário sobre os municípios sertanejos que negociavam diretamente com o Recife, fundação do Banco do Estado da Paraíba e Banco Hipotecário, incentivo às prefeituras interioranas de criação de campos de demonstração de algodão, construção de pontes (de Mulungu) e estradas como a de Gramame, abertura de ruas na capital como a atual Epitácio Pessoa de acesso à praia de Tambaú, início do Paraíba Palace Hotel, do Pavilhão do Chá, ao lado do Palácio da Redenção, etc. Permaneceu à frente da administração paraibana, de 1928 a 26 de julho de 1930, quando foi assassinado pelo advogado paraibano João Dantas, seu inimigo pessoal.

A razão maior para a sua morte de João Pessoa, foi a publicação feita pelo jornal oficial do Governo, A UNIÃO, de cartas amorosas trocadas entre João Dantas e a poetisa Anayde Beiriz, com quem namorava, bem como de outros documentos importantes. A polícia paraibana invadira esse escritório e apreendeu todos os papéis encontrados, levando-o às mãos de interessados auxiliares do Governo João Pessoa, na delegacia de polícia, de onde chegariam à redação do jornal oficial do Governo.

Trazido o corpo para a cidade de Paraíba, capital do nosso Estado, foi velado durante quatro dias sob fortes comoções populares, e depois foi conduzido até a cidade portuária de Cabedelo, onde foi embarcado no navio Rodrigues Alves que rumou à cidade do Rio de Janeiro para sepultamento no mausoléu da família.


Hoje, a Paraíba comemora os 80 anos do falecimento do seu líder, cuja morte ensejou a Revolução de 30, em 3 de outubro, e conduziu Getúlio Dornelles Vargas à Presidência de República.