segunda-feira, 22 de novembro de 2010

BARAÚNA DAS ARARAS


Quem anda pela Região Agreste da Paraíba, jamais acreditaria se a História e/ou a Geografia não tivesse registrado, que em determinadas áreas estão encravados municípios, outrora habitats das belas araras, que nos seus freqüentes vôos, ornamentavam os céus pelo colorido diversificado das suas penas, ou mesmo pela presença do seu porte majestoso e elegante. Assim destacamos de saída a região de Araruna, em que as araras eram ditas de cores azuis pelo que eram tidas como pretas, quando observadas pelos habitantes da localidade.

Contudo, tratemos do município denominado de Arara, e encravado nessa região Agreste e compondo a Microrregião do Curimataú Ocidental. Emancipou-se politicamente do município de Serraria, este encravado na Região do Brejo Paraibano, em 1º de dezembro de 1961, no governo estadual de Pedro Moreno Gondim, com instalação oficial ocorrida em 19 do mesmo mês e ano.

Como povoado ou vila, começou a se firmar na segunda metade do século XIX, por conta de constantes movimentações de tropeiros que cruzavam a área transportando e comercializando carne de sol, farinha de mandioca e rapadura, pelo que interligavam O Brejo e o Curimataú/Seridó. Nessa viagens, repousavam sob a sombra das baraúnas, cujas árvores eram abundantes na região e pela presença das araras, passou a ser conhecido como Baraúna das Araras.

Por essa mesma época chega o padre José Maria Antonio Ibiapina, que tratou de construir em 1866, a Casa de Caridade de Santa Fé, em terras doadas à Igreja pelo major Antonio José da Cunha e sua esposa Cândida Americana Hermógenes de Miranda Cunha. Ao enviuvar, Cândida doou ainda parte de sua fazenda onde praticava a pecuária, além de agricultura. Dizem que morreu pobre e no ostracismo, residindo em um casebre defronte da bela igreja erguida a Nossa Senhora da Piedade. Nas terras de Santa Fé estão os restos mortais do Padre Ibiapina que continua aguardando a canonização tão defendida pelo ex-bispo da Guarabira, Dom Marcelo Pinto Carvalheira.
A padroeira Senhora da Piedade é muito comemorada entre 6 e 9 de setembro de cada ano, com novenas e festas profanas no centro da cidade, datando de 1887, em agradecimento pela boa colheita de feijão e algodão herbáceo, feita pela população agricultora em grande maioria à época.