domingo, 27 de maio de 2012

EFEITOS DO SISMO DO HAITI

O dia 12 de janeiro de 2010, ficou marcado na memória da população haitiana, quando um sismo catastrófico ocorreu a menos de 30 quilômetros da capital Porto Príncipe, e segundo a Cruz Vermelha, afetou cerca de 3 milhões de pessoas, tendo morrido em consequência, de 100 a 200 mil.

Em 21 de janeiro, o governo haitiano anunciou oficialmente que 80 mil corpos foram sepultados em vala comum.

Além dessa situação de penúria dos vivida pelo povo haitiano, foram afetados ou destruídos equipamentos patrimoniais importantes para a organização administrativa do país como Palácio Presidencial, edifício do Parlamento, a Catedral de Notre-Dame de Port-au-Prince, prédio sede da Missão das Nações Unidas, a principal prisão do país e todos os hospitais.

O caos se instalou no Haiti e a partir desse momento milhares de sobreviventes conseguiram alcançar outros países, onde procurariam emprego e tentariam refazer suas vidas. Ao Brasil chegaram muitos desses haitianos através do Peru/Rio Solimões até alcançar as cidades de Brasileia-AC (1.200 pessoas) e Tabatinga-AM (mais de 1.000 pessoas).

A Revista Carta na Escola, publicou reportagem de José Eduardo Rondon, sob o título “Diáspora haitiana”, detalhando a difícil situação vivida por aqueles que conseguiram alcançar à cidade Tabatinga. A sorte deles foi ter encontrado à frente da paróquia, o padre colombiano Gonzalo Franco que dos seus próprios recursos e doações do povo, tem conseguido dar almoço (única refeição) diariamente a aproximadamente 100 haitianos. O padre Gonzalo conseguiu também na comunidade, uma casa-base com três cômodos para abrigá-los, embora precariamente.

Um sanitário coletivo está sendo utilizado por mais de 40 pessoas, diariamente. Tudo é difícil para elas, que almejam um espaço para continuar vivendo enquanto organizam as suas vidas. Muitos dormem ao relento e vão vivendo da caridade humana, contudo, não mendigam e nem criam arruaças.

A cada dia, a sua situação fica pior, pois, não podem retornar ao seu país porque não têm dinheiro para custear as passagens e outras pequenas despesas, e nem podem continuar residindo nessas cidades ou seguir viagem pelo país, porque não estão legalizados.

FONTE: CARTA NA ESCOLA. Edição nº 65.