sábado, 18 de janeiro de 2014

ASSENTAMENTO PARAIBANO COMEMORA DOIS ANOS DE CRIAÇÃO NA COLHEITA DE MILHO



O Assentamento Novo Horizonte, no município de Juarez Távora, no Agreste paraibano, a 88 quilômetros da capital João Pessoa, comemora dois anos de criação e o sucesso na produção de milho, que mesmo com a escassez de chuva foi considerada excelente e causou admiração na região. Segundo o secretário da Associação do Assentamento, João Luiz da Silva, foram produzidas em 2013 cerca de 70 toneladas de milho. Ele informou que as famílias armazenaram a quantidade de milho que necessitam para consumo e estão vendendo o excedente nas cidades vizinhas.

As festividades de aniversário do assentamento serão sexta-feira, dia 24, a partir das 16 horas, com a celebração de uma missa em ação de graças realizada pelo pároco local, Pe. Marcos Paulino. Depois, os assentados e convidados irão se divertir com um animado arrasta-pé, ao som do forró pé-de-serra. O evento foi organizado pela associação do assentamento e por um grupo de alunos, que pesquisam, no local, o processo histórico de inovação do Semiárido.

As 30 famílias somam mais de 150 trabalhadoras e trabalhadores no assentamento que, depois de 14 anos lutando pela terra, conseguiram estruturar uma comunidade que já consegue produzir e viver muito melhor. Hoje, o assentamento Novo Horizonte produz milho, feijão, fava e mandioca, além da criação gado, ovelhas e aves, a exemplo de peru e galinha. Grande parte da produção é vendida nas feiras das cidades da região.

Histórico da áreaA criação do Assentamento Novo Horizonte, a partir da desapropriação dos imóveis Quirino e Olindina, em Juarez Távora, pôs fim a um dos mais graves conflitos agrários na Paraíba.

O Incra se imitiu na posse do imóvel, que possui aproximadamente 901 hectares, no dia 24 de janeiro de 2012. A Portaria de Criação do Projeto de Assentamento, que abriga as 30 famílias, a maioria delas moradores da fazenda há mais de 40 anos, foi assinada em 28 de agosto de 2013 e publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 20 de setembro de 2013.

Conflitos – A fazenda foi desapropriada pelo Incra em 1998, mas o proprietário recorreu na Justiça e anulou o processo de desapropriação. O caso ficou sub judice e o impasse foi resolvido apenas em 2011, através de acordo entre o Incra e o proprietário do imóvel, homologado na Justiça Federal.

Durante os 14 anos de indefinição, houve vários despejos feitos por ordem judicial e denúncias de espancamento de trabalhadores e de invasão de residência. O episódio mais grave teria acontecido na noite do dia 9 de dezembro de 2007, quando a família de um posseiro alega que foi espancada após ter a casa invadida por cerca de nove homens armados, sendo três deles encapuzados.

O grupo teria arrombado portas e janelas e invadido a casa do posseiro, que estava com a esposa e três filhos menores de idade. Segundo os agricultores, todos foram espancados, inclusive a filha caçula do casal, de três anos. A mãe e a filha de 10 anos teriam sofrido tentativa de estupro. Todos os objetos da casa foram quebrados (mesa, cadeiras, geladeira, fogão, o pote de água) e os agressores levaram objetos de valor (uma TV, um DVD, um aparelho de som, uma motocicleta e R$ 700). Até hoje, ninguém foi punido por esses crimes.

Assessoria de Comunicação Social – Incra-PB/MDA