A
facção criminosa PCC organiza desde o ano passado um plano para resgatar da
prisão Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros três membros, presos
na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (611 km de São Paulo).
O
plano inclui a utilização de dois helicópteros blindados camuflados com
adesivos da Polícia Militar, para retirar os criminosos do presídio, e um avião
para a fuga do grupo para uma fazenda no Paraguai, passando primeiro pelo
Paraná.
As
informações constam de um relatório da inteligência das polícias Civil e
Militar e do Ministério Público. O teor do documento foi revelado hoje pelo SBT
e pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmado pela Folha.
Segundo
reportagem do SBT Brasil, as investigações começaram em janeiro de 2013, quando
uma escuta telefônica flagrou um dos presos, Cláudio Barbará, contando à sua
mulher que o PCC estava pagando um curso de pilotagem para três integrantes da
facção.
Um
dos professores dos criminosos, segundo o relatório, foi Alexandre José de
Oliveira Junior, copiloto de um helicóptero flagrado em novembro passado com
450 kg de cocaína em uma fazenda no Espírito Santo.
O
helicóptero usado na ocasião para transportar a droga era da empresa do
deputado mineiro Gustavo Perrella (SDD), filho do senador Zezé Perrela
(PDT-MG).
Seriam
resgatados, além de Marcola e Barbará, os presos Célio Marcelo da Silva, o Bin
Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista.
Conforme
a investigação, outro membro do grupo, Gilberto dos Santos, o Fuminho, estaria
esperando pelos fugitivos no Paraguai.
Apontado
no relatório das polícias como gerente de Marcola, Fuminho era o encarregado de
arrumar o avião para completar a fuga.
Outro
membro da facção já havia alugado uma casa em Porto Rico, no noroeste do
Paraná, que seria usada como ponto de apoio. Nesse município os criminosos
trocariam os helicópteros pelo avião que os levaria ao país vizinho.
Na
penitenciária 2 de Presidente Venceslau a segurança foi reforçada pela polícia.
A Secretaria de Segurança Pública não se manifestou sobre o plano de fuga.
RDD – A Justiça de São Paulo deve julgar
nos próximos dias um pedido para que Marcola seja transferido para o RDD
(Regime Disciplinar Diferenciado), que prevê isolamento do preso 22 horas por
dia.
Outros
chefes da facção presos também podem ser transferidos para o regime.
A
Folha apurou que o vazamento do relatório sobre o plano de fuga, considerado
extremamente sigiloso, gerou mal-estar na cúpula da secretaria da Segurança. A
avaliação é que agora será difícil prender os envolvidos.
Uma
possibilidade aventada é que as informações tenham sido vazadas por integrantes
de gestões anteriores.
Fonte: Jornal FOLHA
DE S. PAULO