Organizações
não-governamentais consultadas pelo jornalista dinamarquês Mikkel Keldorf
quando ele esteve em Fortaleza dizem que não há grupos de extermínio matando
crianças de rua para “limpar” a cidade que se prepara para a Copa do Mundo.
A existência desses grupos, denunciada
pelo jornalista em seu perfil do Facebook, foi apontada por ele mesmo como o
principal motivo de sua saída do país antes da cobertura da Copa.
“Não sei qual foi a fonte dele, mas eu
não conheço nenhum caso de extermínio”, afirma Adriano Ribeiro, diretor da ONG
“O Pequeno Nazareno”, uma das principais entidades que atendem crianças em
situação vulnerável no Ceará.
“Existem assassinatos, claro, mas por vários
motivos. Eu não seria leviano em afirmar que há uma ação deliberada de
extermínio por causa dos grandes eventos.”
Em seu já famoso post no Facebook,
Keldorf, um jornalista freelancer que trabalhava no Brasil, sugeriu que
crianças de rua estariam sendo mortas para não serem vistas por turistas e
jornalistas estrangeiros. “Muitas vezes, são mortas quando estão dormindo à
noite em área com muitos turistas. Por quê? Para deixar a cidade limpa para os
gringos e a imprensa internacional? Por causa de mim?”
Adriano Ribeiro, Antônio Carlos da
Silva (ambos de “O Pequeno Nazareno”) e Jacinta Rodrigues (da “Barraca da
Amizade”) estiveram com Keldorf em sua estadia de alguns dias na capital do
Ceará. Eles trabalham com crianças de rua há anos e apresentaram ao repórter
dinamarquês um pouco da realidade delas.
“Falar em grupo de extermínio de
pessoas… eu não tenho conhecimento disso não, desse grau de periculosidade…”,
afirma Antonio Carlos, há 14 anos trabalhando nas ruas de Fortaleza.
Em 2013, os profissionais d’O Pequeno
Nazareno ouviram denúncias de que um suposto grupo estaria tirando crianças de
locais de concentração de turistas por causa da Copa das Confederações. Mas ao
averiguar as denúncias, eles não conseguiram chegar a nada de concreto.
Fonte: Portal
Pragmatismo Político