sexta-feira, 24 de outubro de 2014

DESEMPREGO NO BRASIL CAI A 4,9%, MÍNIMA PARA SETEMBRO

A taxa de desemprego do Brasil caiu a 4,9% em setembro, nível mais baixo para esses meses diante da menor procura por vagas, enquanto a renda média da população subiu pelo segundo mês seguido em meio a um cenário de economia fraca a pouco dias do segundo turno das eleições presidenciais.


Em agosto, a taxa havia ficado em 5% e, no mês passado, atingiu o menor patamar para setembro desde o início da série histórica, em março de 2002, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado –que abrange seis regiões metropolitanas no país– ficou abaixo da pesquisa da Reuters, cuja mediana apontou expectativa de taxa de desemprego a 5,1% em setembro.

- A redução da taxa está associada à queda na procura (por emprego), ou seja, a taxa cai porque há menos pressão sobre o mercado de trabalho”, disse a técnica do IBGE Adriana Berengui.

Uma das explicações para esse cenário é que as pessoas têm passado mais tempo estudando, retardando a sua entrada no mercado.

Segundo o IBGE, a população desocupada –pessoas desempregadas em busca de uma chance no mercado de trabalho– chegou a 1,183 milhão de pessoas, perda de 3,1% ante agosto e queda de 10,9% sobre um ano antes.

Já a população economicamente ativa recuou 0,3% em setembro sobre o mês anterior e 1,0% ante o mesmo período de 2013, atingindo 24,286 milhões de pessoas.

Por sua vez, a população ocupada recuou 0,2% em setembro na comparação com agosto, para 23,103 milhões de pessoas, com queda de 0,4% sobre um ano antes.

- O emprego (população ocupada) continua caindo e o crescimento do salário real está moderando, mas o declínio na força de trabalho economicamente ativa mantém a taxa de desemprego baixa e o mercado de trabalho apertado – afirmou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, em nota.

Rendimento – O rendimento médio real da população subiu 0,1% em no mês passado sobre agosto, segunda alta seguida, chegando a R$2.067,10. Sobre setembro de 2013, o rendimento avançou 1,5%.

Em agosto, o rendimento havia mostrado alta mensal de 1,7%.

O mercado de trabalho tem sido uma das principais armas da presidente Dilma Rousseff (PT) na sua acirrada corrida pela reeleição contra Aécio Neves (PSDB), que termina neste domingo com o segundo turno das eleições.

Entretanto, com a atividade debilitada –a economia entrou em recessão no primeiro semestre–, o mercado de trabalho dá sinais de perda de vitalidade. A criação de vagas formais de trabalho em setembro foi a pior para o mês em 13 anos, segundo dados do Ministério do Trabalho.

- A taxa (de desemprego) é uma informação positiva, mas é preciso olhar de maneira mais ampla. Há setores importantes demitindo, como indústria e construção, e há notícias mais negativas sobre serviços, que é o que mais emprega – destacou o economista da Tendências Rafael Bacciotti.

Neste ano, a taxa de desemprego não vem variando muito, ficando entre 4,8% e 5,1%, mantendo-se em níveis considerados historicamente baixos. Bacciotti estima que ela deve encerrar este ano em 4,9% na média, mas subirá para 5,4% em 2015.

O IBGE trabalha para substituir a PME pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, mais abrangente.


Fonte: Correio do Brasil