sexta-feira, 21 de novembro de 2014

ENTRE FURACÕES E SECAS, O CLIMA MUDA NA AMÉRICA LATINA


"Tive que vender um bezerro para sobreviver, para comprar milho", conta Teodoro Acuña Zavala, de 64 anos, vítima da seca na Nicarágua, uma vítima dos fenômenos climáticos extremos que afetam cada vez mais a América Latina.
Em sua aldeia de Palacagüina, no norte do país, Teodoro observa as galinhas ciscando restos de sua roça de milho, devastada pela falta d'água e lembra que há 16 anos, o furacão Mitch castigou seu terreno.
Este ano, a seca "foi pior que qualquer outra", confessa este homem de rosto curtido pelo sol: "oito dias (de chuva) é tudo o que caiu para nós este ano". Debaixo de sua casa modesta, o rio não é mais que um caminho rochoso.
"Nunca tinha visto isso", acrescentou Guillermina Inglesia, de 54 anos, que tem uma pequena loja de comida perto dali. "O que vamos fazer a partir de agora com a seca? Se continuar, então do que vamos depender, se vivemos precisamente de milho e feijão? Se não temos milho, nem feijão, nós estamos praticamente sem comida".


Entre 1 e 12 de dezembro, a América Latina sedia em Lima, capital peruana, a 20ª conferência da ONU sobre mudanças climáticas, um fenômeno que torna a região particularmente vulnerável, explicou Sonke Kreft, encarregada destas questões no âmbito da ONG alemã Germanwatch, que avalia os países mais frágeis na questão.
"Os países da América Latina e do Caribe estão no topo de todas as nossas classificações, sobretudo a longo prazo", explicou.
Em sua lista mais recente, a Germanwatch situou Honduras como primeira, o Haiti como terceira e a Nicarágua como quarta entre os países que mais sofreram com o aquecimento global entre 1993 e 2013. A ONG revelará sua nova classificação no começo de dezembro, em Lima.
Sua colocação nestes níveis se deve, sobretudo, a que a região "é frequentemente afetada por furacões", explicou David Eckstein, um dos encarregados da classificação, que destaca que "a intensidade e a frequência dos furacões aumentaram claramente nos últimos anos".
- Eventos climáticos extremos -
No final de 2012, o Banco Mundial avaliou que a América Latina e o Caribe seriam "uma das regiões mais afetadas pelo aumento da temperatura", apesar de sua fraca contribuição (12,5%) às emissões globais de gases de efeito estufa.
"O México e a maior parte da América Central se tornarão mais secos e a América do Sul será mais úmida em sua parte norte e sudeste. Mas o centro do Chile e o sul do Brasil ficarão mais secos", explicou Rodney Martínez, membro da comissão de climatologia da Organização Meteorológica Mundial.
E "as principais provas das mudanças climáticas são os eventos (climáticos) extremos, cada vez mais numerosos", como os furacões e os episódios de seca.
Tania Guillén, que representa a ONG nicaraguense Centro Humboldt nas discussões internacionais sobre o clima, pode atestá-lo: "este ano, na região, toda a área de corredor seco, de Guatemala, Honduras, até a Nicarágua, sofreu com a seca, o que afetou a produção de alimentos".
"Após três meses de seca, começou a temporada chuvosa em setembro e tivemos inundações no país, com aproximadamente 30 mortos por diferentes consequências das inundações e da chuva", prosseguiu.
Mas a chuva só chegou a uma parte da Nicarágua e a seca persistiu em outras regiões, atrasando em um mês o início da colheita do café.
"As mudanças climáticas significam uma tendência da temperatura para cima, mas outro problema é a variabilidade climática, um ano seco, um ano úmido, um ano frio, um ano quente", confirmou Henry Mendoza, responsável técnico da associação nicaraguense de pequenos produtores de café Cafenica.
Na Nicarágua, o Centro Humboldt, que estuda com a ONG Oxfam a possibilidade de um plano de ajuda humanitária para as populações afetadas pela seca, se preocupa com as "coisas estranhas" que percebe agora sobre o clima, como a multiplicação de tornados ou os picos de temperatura, até oito graus acima da média habitual.

Fonte: Yahoo

OPINIÃO DO BLOG: Sempre me preocupo em divulgar muita coisa que se relacione às transformações climáticas atuais, porque passei a vida escutando, vendo e lendo notícias e mais notícias sobre os avanços feitos pelo homem sobre a Natureza, e de tal forma que implicariam mais cedo ou mais tarde numa reação daquela que lhe fora dada um dia para o pleno uso. 
Diz-se que nada adquirido gratuita e facilmente será bem aproveitado e a gente vê que isso tem muito sentido quando se aprecia a relação entre o homem e a Natureza. Ele abusou tanto dela, talvez porque não ajudou a construí-la que os resultados estão surgindo de tal forma que atinge a toda população terrestre.
Quem tanto abusou do bem Terra e não cuidou de restabelecer o equilíbrio, chora agora e copiosamente porque ainda tem tempo para isso, a sequidão dos rios, lagos e lagoas, enquanto o solo racha pelo mundo afora, de forma impiedosa e assustadora sob a inclemência do sol causticante.
Crateras enormes e profundas estão surgindo como por encanto e cientistas .acabam de iniciar pesquisa procurando conhecer-lhes o interior. São inexplicáveis até este momento. que coisa!
Os homens brigarão por água! É uma pena que não soube conviver com esse bem chamado Terra. De tanto desrespeitar a terra, já está ficando sem água, sem ar puro e sem a própria vida. Se autodestroem os homens.
E em encontros e mais encontros promovidos por eles para apreciar soluções para conter as agressões à Natureza, sempre os resultados ficam para ser praticados daqui a algumas décadas, como se tantos homens dependentes - não são os culpados por não procurarem lucros -, pudessem continuar esperando, esperanto e esperando. 
Falta bom senso e a natureza vai cobrando cada vez mais firme.