Amigo leitor. Em 2011 lancei o documentário “Memórias de Fogo
– Assis Lemos e as Ligas Camponesas” (DVD), o qual foi exibido, em primeira
mão, na Universidade de Havana (Cuba), antes mesmo de ser lançado na Paraíba.
Agora, numa parceria com a Unopar (núcleo de Guarabira), que tem por diretor o
professor Roberto Virgínio, iremos exibir esse documentário no mesmo auditório onde, no último dia 18 de junho
(quinta-feira), foram lançados os livros “Guarabira – 1603-1887 – Missão, vila,
cidade”, de minha autoria, e “Rádio – História e radiojornalismo”, do
jornalista Gilson Souto Maior. Na mesma data da exibição (13 de agosto de 2015,
quinta-feira) o professor José Octávio de Arruda Melo estará lançando três
livros, um dos quais é a biografia do poeta e ex-governador da Paraíba, Ronaldo
Cunha Lima, que é natural de Guarabira. À exibição do filme se seguirá o
lançamento dos livros, um dos quais é da historiadora Fátima Araújo, e tem por
tema o teatro Santa Roza, em João Pessoa.
No início dos anos 80 o agrônomo Assis Lemos
decidiu contar sua experiência como militante do PSB e das Ligas Camponesas na
década de 60 no seu memorável livro “Nordeste – O Vietnã que não houve”. Três
décadas depois percebi que seria interessante contar aquela história num
documentário como forma de tornar sua linguagem mais acessível a todos os
públicos. O documentario resgata algumas pérolas do pós-1964, como, por exemplo, uma
entrevista do comunista Gregório Bezerra dada no exílio (Moscou?) a um grupo de
jornalistas brasileiros. Ambos, Assis Lemos e Gregório, contam suas
experiências vividas quando foram presos e torturados pelos generais Ibiapina
(Assis) e Vilocq (Gregório). Ambos contam as suas experiências dramáticas. No
caso de Assis Lemos, os torturadores fizeram uso do chamado “charuto cubano” (o
filme explica no que consiste essa forma de tortura). O espectador também verá
a exibição de documentos que comprovam toda a trama urdida para cassar o
mandato de Assis, mesmo com essa prerrogativa estando proibida às Assembleias
Legislativas de acordo com as determinações dos militares.
O documentário também revela o papel de cada um dos
aliados dos militares na Paraíba.
Vale salientar que a edição de imagens é do designer gráfico e fotógrafo Nyll Pereira, e tem como narrador o jornalista Bosco de Melo, recentemente falecido. O filme será exibido para estudantes de todas as séries, embora a minha preferência seja pelos de segundo grau e universitários, uma vez que esses têm mais maturidade para compreenderem toda a história.
No mais, é aguardar mais esse evento cultural
na Unopar, que
passa a ser uma referência também no apoio à arte e à cultura na cidade de
Guarabira.