247 - O ex-ministro das Relações
Exteriores e da Defesa, Celso Amorim, classificou, nesta terça-feira (28), como
absurdas as acusações de que o ex-presidente Lula teria cometido lobby e,
portanto, algo condenável do ponto de vista jurídico ou ético, ao defender
interesses brasileiros e, também, as empresas, na luta pela construção de
acordos bilaterais ou multilaterais.
“Isso
é um total absurdo. Isso demonstra a que ponto chegou a politização. Não vamos
aqui defender o que é errado, esses escândalos na Petrobrás, acho que tudo tem
de ser apurado, direitinho. Acho que ninguém deve assumir para si os eventuais
erros, delitos cometidos. Agora, acusar um ex-presidente porque ele apoia as
empresas brasileiras, isso é um total absurdo. Mas todos, olha, eu nem vou
ficar citando nomes, porque se não depois fazem uma ação de calúnia contra mim.
Mas é uma coisa absurda. Todos os ex-presidentes apoiam, e mesmo os presidentes
no cargo”, disse Amorim.
“Claro,
você não vai apoiar uma empresa brasileira contra outra. Agora, apoiar empresas
brasileiras em assuntos que são interesse do Brasil, dentro da legalidade, acho
inteiramente cabível . Acho que seria até surpreendente que um presidente ou ex-presidente
não fizesse isso. Você está defendendo interesses brasileiros, empregos. Você
não está defendendo aquela empresa, o lucro daquela empresa, mas quem trabalha
naquela empresa. Então, isso (as acusações) é uma coisa descabida, mostra como
as pessoas perderem a noção”, completou.
Trabalhadores
unidos. Durante
sua palestra, num painel sobre política externa, Celso Amorim afirmara que a
classe trabalhadora tem de estar muito unida nesse momento de desaceleração da
economia, e ter “muita visão do futuro”. Sobre isso, respondeu: “Eu diria que
houve muitas melhorias no Brasil nos últimos anos, especialmente para as
pessoas mais pobres. É muito importante que essas conquistas sejam mantidas. É
muito importante não perder de vista que o aprofundamento da crise política não
interessa à classe trabalhadora. Acho que nós temos de trabalhar pela
estabilidade e ao mesmo tempo pela manutenção dos direitos e de tudo aquilo que
foi obtido”. Ainda no decorrer da entrevista, ao comentar as críticas que
recebeu em diferentes episódios de sua gestão como ministro das Relações
Exteriores, Amorim disparou: “A mídia brasileira é mais conservadora que a
média da elite nacional”. Fonte: Brasil 247.