O presidente
da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB),
Frei Anastácio (PT), evitou que houvesse confronto entre trabalhadores e
policiais durante despejo realizado, ontem (8), na fazenda Fazendinha, em
Mogeiro. “Conseguimos mediar junto aos trabalhadores, proprietários e
Coordenação de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar um despejo pacífico”,
disse Frei Anastácio.
De acordo
com o deputado, as sessenta famílias de posseiros estavam prontas para resistir
ao despejo e entrar em confronto com a polícia. Mas, depois de várias horas de
negociações ficou decidida a saída dos posseiros para o assentamento João Pedro
Teixeira, que fica a três quilômetros da fazenda Fazendinha, que pertence a
Mário Silveira e do filho, José Otávio.
“A
presença da Comissão de Direitos Humanos da AL foi fundamental durante as
negociações para evitar qualquer tipo de violência. Conseguimos agendar também
uma reunião para a próxima sexta-feira, às 9h, com participação de
representantes dos posseiros e a assessoria jurídica deles, Incra, Comissão
Pastoral da Terra (CPT), Comissão de Direitos Humanos da AL, Coordenação de
Gerenciamento de Crises da Polícia e Secretaria de Desenvolvimento Humano do
Estado”, explicou o deputado.
Frei
Anastácio disse que espera uma solução para resolver o impasse entre os donos
da fazenda e as famílias de posseiros que nasceram e se criaram nas terras da
fazenda trabalhando em sistema
de “cambão”, ou seja, plantavam numa área só um ano. No ano seguinte tinham que
fazer roçado em outro local, porque os patrões usavam a área agricultável para
criação de animais, tiveram uma vida muito dura. “Os posseiros agora estão lutando por um
direito que eles adquiriram ao longo de muitos anos. Já tem bastante plantação
de feijão, milho e macaxeira, mandioca e com conquista da terra terão dias
melhores de onde irão tirar tirando o sustento das famílias”, disse Frei
Anastácio.
A
ocupação na fazenda se transformou no conflito de terra que está chamando mais
a atenção no estado. Nos últimos 20 dias, já foram registrados dois atentados
no local. No dia 29 de junho, oito capangas chegaram armados na fazenda ameaçando
os posseiros. A polícia foi chamada e houve troca de tiros. Um capanga
conhecido por “Bombado” foi preso com uma espingarda calibre 12, mas no dia
seguinte já estava solto.
Na
noite de sábado passado, a polícia foi chamada porque os capangas estavam
atirando nas famílias. Eles promoveram um grande tiroteio, no meio da
escuridão. Só pararam de atirar depois que três viaturas da polícia chegaram à
área e eles fugiram. “Esperamos que depois da reunião sexta-feira, às 9h, na
Secretaria de Desenvolvimento Humano do Estado, tenhamos uma saída justa para
esses posseiros que merecem conquistar terra para trabalhar”, ressaltou Frei
Anastácio.
Do Gabinete do Deputado
Frei Anastácio Ribeiro – PT/PB