Amigo leitor.
Se Brasil e Grécia fossem contar suas histórias no cinema certamente o
espectador iria ler o seguinte aviso: “Qualquer semelhança com fatos e
personagens não são mera coincidência.” O observador mais atento há de
concordar que ambos os países vivem idêntico inferno econômico, financeiro,
social e político. Tanto lá como cá as origens do desastre foram causadas pela
falta de uma política de controle de gastos, da
baixa produtividade, da recessão e do desequilibro na balança comercial. Tudo
isso, claro, desemboca em desemprego e, consequentemente, em protestos, greves
e revoltas em todo o país. Ora, pra tudo na vida há uma explicação plausível,
tanto para o que acontece de bom, quanto de ruim... E aqui tentemos explicar ao
amigo leitor as origens reais do baque grego e o porquê de tantas coincidências
entre ambos os países. Nada acontece por acaso...
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, é um desses idealistas que acreditam poder mudar o mundo com um simples toque de botão... E como todo bom esquerdista, acredita que suas ideias são infalíveis e que independem da conjuntura na qual estão inseridas. O jovem e estiloso primeiro-ministro grego apostou na quebra de certos protocolos como forma de atrair os holofotes e a atenção da plateia. E conseguiu... Só que nem só da própria imagem viveu Narciso... Em 2012, Tsipras passou pelo Brasil, esteve no tal Instituto Lula, conversou com o ex-presidente, se encontrou com a senhora Rousseff e... e... e recebeu conselhos... Era um ano em que as dificuldades gregas se acentuavam, com greves, desempregos e graves problemas econômicos e financeiros. Basta dizer que a Grécia de Tsipras compõe o grupo de países europeus que atende pelo acrônimo PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – Spain, em inglês). E se prestarmos bem atenção, a sigla lembra a palavra “porco”, em inglês, como que a lembrar que suas economias são “sujas”.
Pois bem. E não é que a conversa de Tsipras com Lula e a presidente deu (péssimos, claro) resultados... O grego, então, voltou para casa feliz e saltitante com a ideia de que essa coisa de austeridade é besteira, e que os caras do FMI queriam mesmo era se apossar do país. Passados três anos dessa doutrinação, eis que o chefe do governo grego vê o Brasil fazer exatamente o inverso daquilo que disseram a ele. Imagino a cara de Tsipras quando tiver a chance de se encontrar com os dois brasileiros... Na certa vai reclamar das “aulas” recebidas e dos resultados delas advindos.
Eu, hem!
Um
abraço e até a próxima.
Do
Facebook do jornalista e escritor Nonato Nunes