sábado, 29 de agosto de 2015

ADMINISTRAR (DEVE SER) PARA O POVO


Nunca conseguirei entender, certamente, porque um administrador público deixa de conservar aquilo que a população recebeu em termos de benefícios e equipamentos, de gestores anteriores. Até parece que a cidade ou o município começam a partir dele. Acha que apenas o seu nome é que deve ser lembrando pela população e por todo aquele que vier visitar ou residir na cidade.

A verdade é que por mais que o gestor público não goste dos seus adversários e nem a eles dirija cumprimentos, o sol nasceu para todos, porque Deus não privilegiou ninguém quando decidiu criar o mundo e soprar a vida. Em sendo assim, por que administrar tem sido encarado por tantos como se fosse um privilégio ou um gesto de favor? Por que só se pode realizar obras que sejam da vontade plena e inquestionável do gestor, sem a ninguém ouvir em contraditório?

O tempo passa muito rápido e ao longo dos anos vai se encontrando por ai afora uma série de equipamentos públicos erguidos sem a menor utilidade para a população. Outros aguardam até hoje que alguém devolva o dinheiro que sumiu desde o tempo que o ex-gestor foi embora. O dinheiro dos impostos foi atirado no ralo dos gastos inadequados e jamais a fortuna gasta irresponsavelmente será recuperada para beneficiar o povo.

Isso se tem visto em todos os níveis da administração pública sem que autoridade superior alguma tome uma providência para realizar as devidas correções e fazer com que o dinheiro mau gasto seja devolvido, e rapidamente, por quem o aplicou de forma errônea. Há casos em que se escuta relatos jocosos sobre má gestão da coisa pública, e proferidos por parte dos que agiram de má fé, mesmo. 

Enquanto isso neste país há uma cultura instalada há anos por alguns administradores inescrupulosos, para se construir grandes obras de fachada, quando são feitas, não interessando se terão ou não utilidade a quem quer que seja. Nelas serão gastos muitos milhares de reais o que de certa forma pode facilitar atos de corrupção e de superfaturamentos. 

Mas, se o dinheiro é público porque chega aos cofres através dos impostos pagos pela população, a essa cabe o direito e dever de reclamar sua boa aplicação e justamente naquilo que precisa ser feito para benefício coletivo. E às autoridades constituídas, que as luzes da moralidade os iluminem para que venham a cobrar boa aplicação do dinheiro público.
  
Depois do famoso escândalo do Mensalão (PT) e da atual operação Lava Jato (vários partidos e empreiteiras), ainda em andamento, parece que as coisas tendem a mudar para o lado daqueles que se acostumaram a alterar preços, adquirir notas fiscais frias e realizar contratos fictícios, para geração de “lucros” nefastos.