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- Líderes de
partidos de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff leram no Plenário
da Câmara, nesta quinta-feira, 20, uma nota em que criticam as crises
econômica, política e ética enfrentadas pelo país, mas não fizeram nenhuma
menção ao presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), que deve ser denunciado
nesta quinta ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de
dinheiro.
Lida
pelo líder da minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), a nota é assinada
também pelos líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), do DEM, Mendonça Filho (PE),
do PPS, Rubens Bueno (PR), do Solidariedade, Arthur Maia (BA), e do PSC, André
Moura (SE).
Os
líderes afirmam que fatos gravíssimos foram tornados públicos e que esses fatos
subtraem do PT e da presidente Dilma Rousseff condições para propor qualquer
pacto, entendimento ou caminho para a solução das múltiplas crises. Entre os
fatos citam "a doação de R$ 7,5 milhões de origem ilícita para a campanha
presidencial petista de 2014 e a entrega de R$ 10,5 milhões, também de origem
criminosa, na sede do Partidos dos Trabalhadores em São Paulo". Também
afirmam que as apurações ocorrem simultaneamente em Cortes importantes, como
TSE e TCU e que o TCU, "em acórdão, já comprovou a prática das
"pedaladas fiscais", o que configura crime de responsabilidade".
Dos
seis líderes da oposição que assinam a nota, quatro são próximos a Cunha.
Confira
abaixo a íntegra:
"NOTA
DOS PARTIDOS DE OPOSIÇÃO
Ao
longo da história, a Câmara dos Deputados tem sido palco de importantes avanços
e contribuições para a sociedade brasileira em momentos decisivos da vida
nacional.
Sendo
assim, diante das gravíssimas crises econômica, política e ética em que o
governo do PT colocou o Brasil e da irreversível perda de condições, por parte
da presidente da República, em conduzir o país, os Partidos de Oposição
compartilham da mesma preocupação e da necessidade de unir suas forças para
buscar alternativas capazes de superar tais crises.
Partilham,
também, da convicção de que a notória incapacidade do PT em contornar a
recessão econômica, a mais grave na história republicana, impossibilita o
governo da presidente Dilma de buscar alternativas para colocar o país na
trajetória do crescimento.
Há
também a clareza de que a gravidade de fatos tornados públicos – como, por
exemplo, a doação de R$ 7,5 milhões de origem ilícita para a campanha
presidencial petista de 2014 e a entrega de R$ 10,5 milhões, também de origem
criminosa, na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo – subtraem do PT e
do governo Dilma as condições éticas e políticas necessárias para a proposição
de qualquer pacto, entendimento ou caminho para a solução dessas múltiplas
crises, que penalizam fortemente os brasileiros.
Não
obstante, apurações ocorrem simultaneamente em Cortes importantes, como o TSE e
o TCU, que em acórdão já comprovou a prática das "pedaladas fiscais",
o que configura crime de responsabilidade.
Portanto,
qualquer que seja o resultado das investigações em curso – impeachment,
cassação do diploma – e também em caso de renúncia, a Oposição estará unida e
tem consciência da sua responsabilidade para com o Brasil.
Diante
desse quadro e em sintonia com o que externaram as manifestações em todo o
país, os Partidos de Oposição na Câmara anunciam que procurarão, ao lado de
representantes dos movimentos sociais, da sociedade organizada e de
parlamentares que se identificam com essas preocupações, saídas para o caos que
se avoluma, pois entendem ser esta, também, uma das obrigações do Parlamento
brasileiro.
Bruno Araújo, Líder da Minoria
Mendonça Filho, Líder do DEM
Rubens Bueno, Líder do PPS
Arthur Oliveira Maia, Líder do SD
André Moura, Líder do PSC"