A família é a confirmação da bênção de Deus. Nesse
olhar, vivemos este tempo especial da graça de Deus, que é a Assembleia Sinodal
sobre a família, em Roma, de 04 a 25 de outubro de 2015, com o tema: sobre “a
vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
O Sínodo dos Bispos é um grande organismo da Igreja
Católica, instituído há 50 anos pelo Papa Paulo VI, no final do Concílio
Vaticano II. Ele retoma, de tempos em tempos, os grandes temas do Concílio e
atualiza suas reflexões.
Participam das assembleias do Sínodo, sobretudo
bispos, representando as Conferências Episcopais de todo o mundo, escolhidos
por seus pares para representá-los. Mas um certo número de bispos participantes
também são escolhidos pelo próprio Papa, conforme previsto no Regulamento do
Sínodo. Além dos bispos, há outras pessoas convidadas, de acordo com o tema; há
sempre vários teólogos, peritos no tema, e também convidados de Igrejas cristãs
não católicas. A assembleia do Sínodo é convocada e presidida pelo Papa; ele,
no entanto, não coordena pessoalmente os trabalhos, mas confia essa tarefa a
presidentes delegados.
O Papa convoca o Sínodo, justamente, para ouvir a
Igreja, por meio dos participantes da assembleia sinodal. Depois, ele fala por
meio da Exortação Apostólica Pós-sinodal. A missão do Sínodo é a busca da
comunhão e de caminhos comuns para a vida e a missão da Igreja. Esta entende
que a família merece um lugar destacado nas preocupações dela mesma, mas também
dos governos e responsáveis pela vida dos povos. A família é uma realidade que
diz respeito a todos.
Nessa missão, a Igreja, conforme afirma o Papa
Francisco, se insere como um “hospital de campanha”, em plena guerra de
ideologias e de perigosas relativizações. Acolhe os feridos para qualificar
homens e mulheres no desempenho de tarefas educativas, vivendo o amor e por
amor, à luz da fé. Busca, assim, fazer com que cada casa, lugar sagrado, seja
antídoto para a deterioração na sociedade contemporânea.
Orientada por sua sólida doutrina, a Igreja Católica se desafia para encontrar
modos e dinâmicas que façam da vida familiar um lugar capaz de formar homens e
mulheres marcados pelo humanismo. Não se trata absolutamente de mudanças de
práticas burocráticas, ou de relativizações pelas fragilidades da cultura
contemporânea.
O Sínodo tem suscitado os mais diversos pontos de vista sobre diferentes temas
relacionados com a família. Certos meios de comunicação, alguns grupos ou
pessoas, tentam descrever o sínodo marcado por conflitos e diferenças nos
debates dos temas. A finalidade do Sínodo é envolver a Igreja inteira na busca
das respostas aos questionamentos feitos sobre o casamento e a família na
Igreja e na sociedade contemporânea. As diferenças no modo de pensar são uma
riqueza. As posições diversas não devem ser interpretadas como conflitos,
mas como contribuições na busca do caminho comum e formas mais adequadas de
acompanhar pastoralmente as pessoas e as situações atuais relacionadas com a
família.
As reflexões Sinodais apontam para uma renovada
valorização do casamento e da família, para um maior interesse pastoral em
relação à família, com atenção as situações de dor e sofrimento. Esperemos seus
resultados na graça de Deus, e os acolhamos com alegria para enfrentar com
audácia e misericórdia os desafios do mundo de hoje, a fim de que a Igreja
possa acompanhar as famílias, em fidelidade aos desígnios de Deus.
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de
Guarabira(PB)
Fonte:
Blog Diocese de Guarabira
