sexta-feira, 27 de novembro de 2015

ENQUANTO A CHUVA NÃO VOLTA A FÉ ALIMENTA




Para aqueles que não saem a passeio ou a negócios por ai pelas cidades interioranas deste Estado, a seca tão cantada em prosa e versos ainda não é um problema muito sério não. Diante do que não se vê pessoalmente, parece que a situação é muito menor do que a anunciada. A gente se acostuma a tomar conhecimento apenas e tão somente dessas ocorrências pelos telejornais e fica por ai mesmo. 

Aqui e acolá é que a gente conversa com alguém e comenta sobre o dilema da seca enfrentado pelos irmãos que residem em municípios mais longínquos onde as barragens estão secando enquanto dezenas de outras já não têm água faz muito tempo. E como a gente tem água “abundante”, ainda, está tudo bem. 

Em cidades onde o drama da seca é cotidiano e há anos, mal a gente senta a uma calçada ou para à porta de um estabelecimento comercial para trocar dois dedos de prosa com alguém do lugar, já se procura saber onde a gente mora e se há água de forma mais farta. Ai a conversação corre solta e a gente tem a oportunidade de ouvir uma dissertação ao vivo e exata do drama vivido pela população do lugar e da região.

Lá pras bandas de Taperoá e Desterro, por exemplo, açudes muito importantes e construídos outrora por governantes como Wilson Braga e Tarcísio Burity, têm os seus leitos completamente ressequidos e rachados pela inclemência cotidiana do sol. O povo completamente desanimado e assustado com tanta crueldade proporcionada pela natureza, não tem mais a quem pedir socorro e fica sempre à espera aqui e acolá de um caminhão pipa que lhe possa amenizar o sofrimento com a cessão de algumas latas d’água. E esse transporte não é constante não, pois são muitas as comunidades a serem atendidas diariamente por poucos caminhões.

Enquanto isso, muitas outras pessoas rezam a Deus pedindo-lhe compaixão e o envio de chuvas que possam amenizar-lhe o sofrimento e do próprio solo, para que nesse volte a eclodir novamente a vegetação natural e toda aquela plantada pela mão humana. 

A fé ainda é do paraibano atingido pela seca, a companheira permanente que o acalma e dá-lhe esperança renovada. Parece anunciar-lhe que Deus não está indiferente ao seu sofrimento e os seus gemidos serão aplacados no momento certo, quando as nuvens lhe retornarão as chuvas que molhando o solo ressequido lhe devolverão fartura e felicidade.

Que venham logo essas chuvas Senhor e sejam extintos tantos sofrimentos de um povo que tem passado por tanta provação. Se a ti, Senhor, não se pedir, a quem mais se deverá fazê-lo se és o Criador de tudo e o Pai de todos.