A presidente Dilma Rousseff reclamou nesta segunda-feira, 30, da organização da 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21), que reuniu nesta segunda 150 chefes de Estado e de governo nas imediações de Paris, na França. Na saída de um evento do qual participaram líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente da França, François Hollande, a comitiva brasileira não recebeu informações sobre qual direção tomar, não foi reconhecida pela polícia e acabou barrada, atrasando-se para um compromisso.
A situação aconteceu ao término
de uma conferência sobre Mission Innovation, uma iniciativa organizada pela
administração Obama e por líderes empresariais como o fundador da Microsoft,
Bill Gates. Depois de esperar pelo presidente americano por mais de meia hora,
a presidente acompanhou os discursos e, ao término do evento, dirigiu-se ao
centro de imprensa. Os problemas então começaram.
Orientada por assessores, a
presidente esperou no interior do pavilhão, protegendo-se do frio, por alguns
minutos. A seguir, saiu, expondo-se ao frio e ao vento em um dia em que estava
resfriada. De bom humor, Dilma permitiu que cinco jornalistas brasileiros,
entre os quais a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, a acompanhassem em
direção a um portão no qual passaria a outra ala da conferência.
No caminho, porém, um policial
barrou a delegação aos gritos: "Vocês não podem passar por aqui! Vocês não
podem passar por aqui!". A reportagem do jornal O Estado de S.Paulo então
informou aos agentes que se tratava da presidente do Brasil. Ao receber a
informação, o policial autorizou que a comitiva seguisse o rumo, mas, instantes
depois, o grupo foi bloqueado mais uma vez, sendo impedido de continuar.
Foi nesse momento que Dilma
reclamou com assessores: "Isso aqui é uma bagunça!". O curioso é que
o incidente aconteceu minutos depois de a presidente elogiar a organização da
conferência, embora seus auxiliares já tivessem se queixado.
Segundo um assessor da
presidência, houve um problema de comunicação entre a organização interna da COP-21,
de responsabilidade da Conferência-quadro das Nações Unidas para Mudanças
Climáticas (UNFCCC), e a polícia da França, que não tinha a chave do portal
pelo qual a delegação pretendia passar.
Dilma ainda teve de esperar
vários minutos a céu aberto até que uma série de micro-ônibus chegasse para
transportar a delegação. Sem privilégio algum, a presidente sentou-se em um dos
bancos e orientou os assessores que permitissem a entrada de jornalistas.
Durante o trajeto, a presidente não se mostrou incomodada com os incidentes.
Com bom humor, ela lembrou-se de histórias da 15ª Conferência do Clima,
realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 2009, quando, então chefe da Casa
Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, comandou a delegação do Brasil.
Em razão dos atrasos sucessivos
na sequência de eventos, a presidente anulou sua participação em uma reunião
sobre energia solar. A seguir ela concedeu entrevista à imprensa brasileira e
internacional, antes de deixar o centro de Le Bourget, em que ocorre a COP21. A
presidente retorna ao Brasil na noite desta segunda-feira. Fonte: Portal UOL.