SP 247 – A Polícia Militar
deixou detidas por algumas horas na manhã desta quarta-feira 18 a estudante
Camila Lanes, eleita presidenta da União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (Ubes) no último fim de semana, e a presidenta da Upes (União
Paulista de Estudantes), Angela Meyer, que ocupavam a escola Estadual Professor
Moacyr Campos (Mocam), localizada no bairro do Aricanduva, zona leste da
capital.
A mobilização de estudantes contra a reforma na
educação proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que prevê fechar 94
unidades, já ocupa 50 escolas. Os atos contam com apoio do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST). Duas escolas devem ser desocupadas nesta tarde
pela PM, que cumprirá mandados de reintegração de posse do Tribunal de Justiça
de São Paulo.
A fim de tirar os alunos à força, a PM tem agido
com truculência nas manifestações. Edivan Costa, professor de história do
Ensino Fundamental e Médio, apanhou junto com a professora de filosofia Jaiane
Estevam por tentar entrar no momento em que policiais buscavam fechar a escola
José Lins do Rego, no Jardim Ângela, extremo sul da cidade, no último sábado
14.
"Me bateram, jogaram no chão e me
algemaram", relatou o professor ao portal Diário do Centro do Mundo. O
vídeo da cena viralizou nas redes sociais. "Colocaram-me no chão e me
algemaram, meus olhos ardiam em brasa pelo gás de pimenta. Não houve diálogo e
não resisti. Alunos e pais gritavam e tentavam se aproximar, mas eram afastados
pela PM de cacetetes em punho", contou ainda Edivan Costa.
Duas das 50 escolas ocupadas por estudantes e
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em São Paulo devem
ser desocupadas na tarde de hoje (18) pela Polícia Militar. O Tribunal de
Justiça informou que há dois mandados de reintegração de posse de instituições
de ensino da Grande São Paulo que devem ser cumpridos hoje: um da Escola
Estadual Diadema, localizada na Rua Antônio Doll de Moraes, no centro da
cidade, e outro da unidade educacional Heloísa Assumpção, de Osasco.
Os manifestantes protestam contra a reorganização
escolar que será implantada em janeiro de 2016 pela Secretaria de Educação. O
projeto prevê o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil
estudantes para instituições de ensino da região onde moram. O objetivo da
reorganização, segundo a secretaria, é segmentar as unidades em três grupos
(anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio), conforme o ciclo
escolar.
A Escola Diadema foi a primeira ocupada por
estudantes na região metropolitana. Os jovens instalaram-se nas dependências na
segunda-feira da semana passada (9). A ocupação da Escola Heloísa Assumpção
ocorreu quinta-feira (12).
De acordo com levantamento divulgado pelo
Sindicato dos Professores do Ensino Oficial no Estado de São Paulo (Apeoesp),
de ontem para hoje mais 13 unidades de ensino foram ocupadas e o total passou
de 37 para 50.
A Secretaria de Educação atualizou nesta
quarta-feira a relação das escolas ocupadas por estudantes e integrantes do
MTST em protesto contra a reorganização escolar. Segundo a secretaria, das 50
unidades citadas pela Apeoesp, três foram desocupadas, em outras três não há
ocupação, mas sim manifestações, e em outra ocorreu "apenas uma
tentativa". Portanto, segundo a pasta, no momento há 43 escolas ocupadas.
Em nota divulgada ontem (17), a secretaria
informou que continua disposta a dialogar com os manifestantes que ocupam
algumas unidades de ensino da capital e região metropolitana, apesar das
constantes negativas desses grupos. A secretaria lamenta que grande parte das
invasões seja liderada por representantes de movimentos que desconhecem o
processo de reorganização da rede de ensino. Diz ainda que reconhece o direito
à livre manifestação, mas ratifica que não pactua com movimentos
político-partidários que não têm como objetivo a melhoria da qualidade do
ensino e cerceiam o direito dos alunos de assistir às aulas. A secretaria informa
que todo o conteúdo pedagógico perdido será reposto. Fonte: Brasil 247.
OPINIÃO DO BLOG: Sabe-se que a direita neste país nunca foi de dialogar com ninguém, principalmente com quem tinha opiniões formadas e ousava discutir as leis vigentes, procurando garantir direitos e melhora de vida em favor daqueles que nada tinham como os camponeses. Aliás a esses sobrava muita surra, prisão e raptos, para que deixassem em paz a burguesia rural.
Não foi à toa que a direita brasileira resolveu dar as caras em 1964, em nome da moralidade e de garantias de paz à sociedade e povo cristão, pelo que implantou uma ditadura terrível expulsando intelectuais e cientistas do Brasil; prendeu arbitrariamente e ai utilizou métodos escusos como tortura, mortes e desaparecimentos de pessoas; cassou diplomas de formados e proibiu vida escolar a estudantes; mandou embora de empregos aqueles que tinham simpatia pela causa dos menos favorecidos; prendeu padres e religiosas, quando não expulsou outros e outras. Enfim, deitou e rolou sobre o povo brasileiro para esconder as suas incapacidades culturais e religiosas, porque sempre viveu a serviço de poderosos que não mediam esforços para galgar mais espaço - e nem medem hoje quando destroem a natureza e dificultam vidas dos mais pobres -.
Por que a direita de hoje seria diferente daquela de tempos idos? A polícia nas ruas e nas escolas, está a serviço de quem realmente?