Em verdade, a população tem causado por descuido muitas
vezes, oportunidade para que a violência aconteça contra si. Populares que
ostentam publicamente aparelhos celulares de última geração, em qualquer local
da cidade, se tornam verdadeiras atrações a marginais que andam sempre atentos
a ocasiões como essas. E ai, não há como não acontecer o assalto, pois ele já
está premeditado pelo marginal, contra o descuidado ostentador. E o que é pior,
a ação do portador do celular facilita tudo uma vez que se torna completamente indiferente
a todos em sua volta, enquanto se desenrola a sua conversação.
Agora se imagine que se leva à força um aparelho
vagabundo, e o que dizer de um celular especial e cheio de recursos modernos e
anunciando ao mundo: estou aqui, me leve? Ai é que a coisa anda!
Outras vezes, em casas bancárias diante dos
caixas eletrônicos, depois que saca certa quantia, o cliente costuma naturalmente
não olhar em sua volta durante a contagem das cédulas recolhidas, deixando à
mostra da plateia as cores , facilitando o conhecimento dos seus valores,
principalmente àqueles que estão ali na qualidade de “olheiros” que informarão
aos marginais à espreita fora da agência bancária.
Num passeio pela cidade o olhar sempre irá parar
em cordões, anéis e relógios caros ostentados sem a menor cerimônia por
desavisadas pessoas que ainda acreditam que todos são cumpridores da lei, e
quando menos esperam, acontece o delito e se dê graças a Deus se não vier
acompanhado da agressão física ou morte.
Quero aqui deste espaço concordar em grau, gênero
e número com o que dissera o coronel Euller Chaves da PM paraibana há poucos dias,
numa importante emissora de rádio da capital, que “A Polícia militar não é responsável sozinha
pela segurança no Estado” e que de certa forma o cidadão incauto tem
proporcionado facilidades para que aconteçam atos de violência quando não descambam
para ações cruéis. E vou mais além como cidadão consciente, citando apenas a
América Latina como exemplo, que se sabe não haver policiais suficientes para
garantir a paz e a tranquilidade da população. Os policiais que ai estão
exercendo esse papel de protetor do cidadão, trabalham muitas e muitas vezes além
da sua capacidade, e são irreconhecidos sempre por grande parte da sociedade.
A modernidade precisa ser acompanhada pela
precaução humana sim, dificultando-se ao marginal a sua capacidade de ação.
Pelo que se tem visto ao longo da existência humana, a violência está sempre
presente, porém, dificultá-la é a grande missão do homem, ainda que vigiado
pelo Estado, que se torna insuficiente principalmente quando o cidadão não
colabora.