247 - Um grupo de acadêmicos e
intelectuais, entre eles Alfredo Bosi, Paulo Sérgio Pinheiro, Antonio Candido,
Marilena Chaui, André Singer e Emília Viotti da Costa, entrou com um pedido na
Procuradoria-Geral da República para que Rodrigo Janot peça o afastamento do
presidente da Câmara dos Deputados.
"O golpe hoje no Brasil tem nome: Eduardo
Cunha", escrevem no documento, segundo a colunista Mônica Bergamo. "O
cidadão Cunha usa das prerrogativas públicas do presidente da Câmara para
defender seus mal explicados interesses privados", segue o texto.
E amanhã o mesmo grupo, e mais intelectuais como
o economista Luiz Gonzaga Belluzzo e o neurocientista Miguel Nicolelis,
participam de ato contra o impeachment na Faculdade de Direito da USP, no
centro de SP.
São Paulo – Na próxima
quarta-feira (16) será realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo, no Largo São Francisco (centro de São Paulo), um ato público de
lançamento do manifesto “Impeachment, legalidade e democracia”, divulgado na
quinta-feira (10) e assinado por quase 7 mil professores até a tarde de hoje. Segundo
a organização, o ato também faz parte da mobilização para as manifestações
marcadas para as 17h, no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
O evento na tradicional faculdade terá a presença
de intelectuais como o economista da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo, o cientista
político da USP André Singer, o neurobiólogo Miguel Nicolelis, a arquiteta
Ermínia Maricato, a educadora e historiadora Maria Victoria Benevides e o
professor de letras Alfredo Bosi, todos da USP, entre outros.
Os professores universitários signatários do
abaixo-assinado reafirmam que o impeachment é um “instituto reservado para
circunstâncias extremas, um instrumento criado para proteger a democracia”.
“Por isso, ele não pode jamais ser utilizado para ameaçá-la ou enfraquecê-la,
sob pena de incomensurável retrocesso político e institucional.”
Os professores dizem que, em outras ocasiões,
vários dos apoiadores do documento já haviam se pronunciado contrários a um
processo de impeachment por entenderem que ele “serviria a propósitos
ilegítimos”. Uma vez que o processo foi deflagrado pelo presidente da Câmara
dos Deputados (Eduardo Cunha, do PMDB-RJ), ao acolher pedido baseado em teses
do PSDB, consideram necessário novo posicionamento. “Papéis institucionais não
podem, nem por um instante, ser confundidos com interesses políticos pessoais,
nem com agendas partidárias de ocasião que desprezem o interesse da sociedade
como um todo”, diz o manifesto.
Os professores lembram ainda que um processo de
impeachment não pode tramitar sem que seus ritos sejam “inteiramente”
conhecidos pela sociedade. Na próxima quarta-feira-feira, além das
manifestações contra o impedimento da presidenta Dilma Rousseff em todo o país,
está previsto o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do processo que deve
estabelecer os procedimentos do impeachment. O processo aberto por Eduardo
Cunha está suspenso na Câmara dos Deputados desde o dia 8, por decisão do
ministro Luiz Edson Fachin ao julgar pedido do PCdoB. Fonte: Brasil 247.