SP 247 – O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira 8, em entrevista à
rádio Jovem Pan, que está tomando as medidas para que não haja duas
manifestações contrárias no mesmo local e horário no próximo domingo 13, uma
contra o governo da presidente Dilma Rousseff e outra a favor da democracia.
Segundo ele, o ato em defesa do impeachment
"já estava agendado há mais de um mês" na Avenida Paulista e outra
manifestação a favor do governo, no mesmo local e horário, será proibida, em
nome da segurança.
"Todas as medidas estão sendo tomadas. Havia
uma solicitação para ter outra manifestação no sentido contrário e nós dissemos
que no mesmo local não pode. Esse pleito a favor do impeachment, contra a
corrupção, já estava agendado há mais de um mês. (...) É direito constitucional
a liberdade de manifestação, de expressão, e é dever do poder público garantir
a tranquilidade à manifestação da população", disse.
Desde o cumprimento do mandado de condução
coercitiva pela Lava Jato contra o ex-presidente Lula, uma onda de
solidariedade se formou contra o golpe e manifestantes pró-PT decidiram ir às
ruas no mesmo dia que os oposicionistas. A manifestação "sem medo de ser
feliz", que já conta com a presença de intelectuais, está marcada para o
dia 13 na Praça Roosevelt, na capital paulista.
Ontem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tem
convocado a população para os atos de domingo e confirmou presença, disse que
se os aliados do governo saírem às ruas no mesmo dia da manifestação dos grupos
pró-impeachment não será protesto, mas "provocação". Fonte:
Brasil 247.
OPINIÃO DO BLOG: Em verdade, deixando-se a simpatia ou paixão
política de lado, sabe-se que duas manifestações de tamanho porte como essas
que estão planejadas para irem às ruas de São Paulo no próximo domingo, representam perigo
sim à segurança dos que delas participarão e de simples observadores mesmo
esses a distância.
Os ânimos dos simpatizantes da direita e da esquerda
estão muito exaltados e a flor da pele, podendo-se ver inclusive quando de
pronunciamentos públicos, desrespeitando-se pessoas e instituições. Esquecem-se
muitos que cobraram por anos para se passar o país a limpo, doesse a quem
doesse. E no momento em que as coisas estão acontecendo e alcançando pessoas
simpatizadas, ocorrem mudanças comportamentais nos simpatizantes, inclusive
naqueles mais pacatos e sensatos.
A coisa não está pra brincadeira, todos querem estar
certos e nos pronunciamentos ou entrevistas saem até da sensatez e perdem o
foco do objeto da análise. Mais do que nunca é recomendável a prudência, sobretudo aos que têm capacidade de liderança, para não expor a sacrifícios os seus liderados, geralmente os que mais sofrem por estar nas classes sociais mais sofridas.
O excesso de zelo e de cuidado não fazem mal a
ninguém, principalmente num instante como este em que muitos brasileiros de
qualquer tendência ideológica estão ai vivos pra lembrar dos dolorosos tempos
de 1964, em que de repente as tropas militares estavam nas ruas para garantia
da democracia e se viu no que deu por longos anos. Resultado: poderosos anos depois continuaram poderosos, ou mais, e os pobres cada vez mais pobres, pois a esses não é dada a capacidade de fazer acordos quando os "inimigos" se juntam em nome da paz e da democracia..
Não sou simpatizante de Alckmin e jamais votaria
nele ou na atual tropa da direita, mas prudência neste momento é que se
necessita ter.
A História dirá depois quem tem razão.