Por Laura Capriglione e Mauro Lopes,
Jornalistas Livres.
O cardeal de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer,
foi atacado na manhã de hoje (24) na Catedral da Sé por uma mulher que acusou-o
e à CNBB de serem comunistas infiltrados na Igreja Católica.
Aos gritos, ela dizia: “Você e a CNBB são
comunistas infiltrados; não podem fazer isso com a minha Igreja”. Ela avançou
sobre o cardeal e arrancou sua mitra, derrubando-o ao chão e ferindo-o no
rosto.
Dom Odilo levantou-se com ajuda das
pessoas em volta e seguiu caminhando e abençoando as pessoas na catedral
lotada.
Tudo aconteceu durante a missa dos Santos Óleos,
que abre as celebrações do Tríduo Pascal.
A Igreja tratou o assunto com discrição. Dom
Odilo não falou do assunto publicamente. Segundo a cúpula da Igreja em São
Paulo, a mulher não identificada apresentava evidentes sinais de desequilíbrio,
mas os padres ouvidos por Jornalistas Livres estavam preocupados com a
agressão no contexto da crise política nacional.
O padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Sé, afirmou
não entender a origem da agressão: “Não sei se ela agiu por orientação de
alguma organização ou por conta própria.”
Atacar um representante da Igreja paramentado é
considerado pecado mortal pela Igreja Católica.
Nesta semana, a CNBB afirmou que não aceitaria o
oportunismo de partidos e políticos para dar um golpe no Brasil. Fonte:
Pragmatismo Político.
OPINIÃO DO BLOG: No Brasil estamos vivendo momentos assim, nos
últimos meses, de muita incerteza e intranquilidade, porque de momento alguém
ou um grupo se destaca querendo agredir or palavras e até fisicamente a quem
julga ser simpatizante de algum político ou do PT, principalmente. Chega-se a
temer usar em público uma camisa de cor vermelha porque certamente contra quem
a usa serão proferidas palavras ofensivas, se não lhe atingirem com agressões físicas,
conforme tem se visto por est. País afora.
Agora, no interior de uma igreja se chegar a ofender fisicamente um
representante de Deus em plena celebração, é demais. Aos religiosos sejam de qualquer religião, cabe o direito pleno de expressar as suas opiniões, que se traduzem em favor da paz e da sensatez.
Até onde vamos suportar
essas reações? E as autoridades constituídas vão fica apenas e tão somente na apreciação de acontecimentos desse tipo sem que venham a interferir em nome da democracia preservando o exercício do direito à palavra e pensamento ideológico? Por que permitem o favorecimento claro daqueles que burlam as leis para manifestar-se odiosamente contra um estado de direito garantido pela Constituição, ainda vigente? Querem rasgá-la, é o que parece.