247, com agências Brasil e Reuters – O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira durante
julgamento de denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), no Supremo Tribunal Federal (STF), que o parlamentar se
utilizou do cargo de deputado para forçar o pagamento de propina.
Em sua fala ao STF, Janot disse que Cunha recebeu
"no mínimo" 5 milhões de dólares de propina por um contrato de
fornecimento de navio-sonda para a Petrobras.
Janot afirma que "tudo ia bem na
propinolândia", até que um contrato fraudulento que beneficiava Cunha foi
suspenso por dúvida jurídica. O deputado, então, usou o cargo para pressionar
pagamento de propina e recebeu no mínimo US$ 5 milhões, disse. Segundo Janot, a
denúncia contra Cunha não se baseia apenas nas delações premiadas, "mas em
farta prova" produzida a partir das delações.
"Nada de interesse da defesa foi ocultado.
No entanto, não é direito do acusado conhecer provas que não lhe diz respeito e
que tratam de fatos distintos tratados naquele inquérito", argumentou
ainda o procurador-geral, a respeito dos recursos apresentados pela defesa do
presidente da Câmara para ter acesso a documentos durante as investigações.
Trata-se do primeiro julgamento de abertura de
ação penal contra um parlamentar investigado na Operação Lava Jato. Se a
maioria dos ministros decidir pelo recebimento de denúncia, Cunha passará à
condição de réu no processo. A ex-deputada federal Solange Almeida, atual
prefeita de Rio Bonito, no Rio de Janeiro, também faz parte da denúncia. Ela é
acusada do crime de corrupção. Fonte: Brasil 247.