A Polícia Federal achou uma sala-cofre em uma
agência central do Banco do Brasil, em São Paulo, que guarda muitos bens do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acervo está acondicionado em 23
caixas lacradas no BB desde janeiro de 2011 – são 133 peças, inclusive joias e
obras de arte recebidas pelo ex-presidente de chefes de Estado. A descoberta
foi comunicada pela PF ao juiz federal Sérgio Moro por meio de relatório que
inclui fotos do local onde estão os itens.
A sala-cofre no Banco do Brasil na Rua Líbero
Badaró foi encontrada pela PF casualmente durante buscas realizadas na
residência de Lula, em São Bernardo do Campo, na sexta-feira, 4 – dia em que o
ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela PF para depor no inquérito da
Operação Lava Jato. Os agentes acharam o documento “Termo de Transferência de
Responsabilidade” (Custódia de 23 caixas lacradas).
Ao encontrar a pista sobre o cofre, a PF pediu ao
juiz federal Sérgio Moro autorização para estender a busca para o Banco do
Brasil. Moro consentiu.
“Foram encontradas nas caixas de papelão, de modo
geral, peças decorativas, espadas, adagas, moedas, canetas e condecorações”,
diz o relatório da PF, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, que ilustrou o
documento com fotos de peças do acervo.
O relatório da PF indica. “O gerente Sérgio Ueda
disse que as caixas foram depositadas no dia 21 de janeiro de 2011 e foi
informado que pertenciam à Presidência da República. Durante todo esse período
o material não foi movimentado ou alterado. Relatou ainda que não há custo de
armazenagem para o responsável pelo material, conforme declaração anexa.”
Em despacho que juntou aos autos da Operação
Aletheia, ápice da Lava Jato, o juiz Moro destacou que, a pedido do Ministério
Público Federal, buscas e apreensões, em 24 de fevereiro de 2016 “para colheita
de prova em relação a possíveis ilícitos criminais relacionados ao
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e a pessoas associadas”.
“Neste feito, este Juízo autorizou a pedido da
autoridade policial e do Ministério Público Federal busca em separado de bens e
documentos que teriam sido depositados pelo ex-presidente junto ao Banco do
Brasil. A busca foi efetivada. Foi juntado relatório parcial do resultado pela
autoridade policial. O Ministério Público Federal apresentou petição requerendo
a intimação da defesa do ex-presidente acerca desta busca e o levantamento do
sigilo. Não cabe, nessa fase, qualquer conclusão deste Juízo acerca do
resultado da busca. Entretanto, ultimada a busca, não mais se faz necessária a
manutenção do sigilo. Assim, e na esteira do já fundamento na parte final do
referido despacho de 24 de fevereiro de 2016, levanto o sigilo sobre estes
autos.” Fonte: Borborema Online.