Nielmar de Oliveira, repórter da
Agência Brasil - A
advogada Eloisa Samy confirmou, na noite deste domingo (29), que deixou o caso
da adolescente de 16 anos, que teria sido estuprada por mais de 30 homens, há
uma semana, em uma comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro.
Em
ligação telefônica, a advogada disse que deixou a defesa a pedido da avó da
jovem. Segundo Eloisa, a avó da adolescente agradeceu sua dedicação no caso,
mas ressaltou que, a partir de agora, o caso está aos cuidados da Secretaria de
Direitos Humanos do estado.
"Estou
aliviada. Na verdade, eu não imaginava que a denúncia tivesse esse alcance
todo. E eu não tenho pernas para isso. Sou autônoma, não tenho um grande
escritório por trás de mim e faço isso pela militância feminina mesmo",
afirmou Eloisa.
A
advogada destacou que, só neste ano, já atendeu mais de 30 mulheres em situação
semelhante à da adolescente, sem que nada aparecesse na imprensa. "Estou
surpresa com essa repercussão toda", disse a advogada.
Investigação. A Polícia Civil do Rio de Janeiro
havia informado, em nota divulgada no início desta noite, que a delegada da
Criança e do Adolescente, Cristiana Bento, assumiu a investigação do caso.
Segundo a nota, a medida visa "evidenciar o caráter protetivo à menor
vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de
parcialidade no trabalho". A decisão foi tomada depois de críticas à
conduta do delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes de
Informática.
Com
a decisão da Polícia Civil, as investigações sobre o estupro serão desmembradas
como queriam a advogada Eloisa Samy. O delegado Alessandro Thiers cuidará das
investigações relativas ao vazamento do vídeo divulgado na internet, detalhando
o estupro da jovem por 33 homens da favela do Morro São José Operário.
No
início da manhã, sob o título de Vitória das Mulheres, uma das advogadas da
adolescente, Eloisa chegou a comemorar a troca da coordenação das investigações
na internet. "O delegado Alessandro Thiers não é mais o encarregado da
investigação do estupro coletivo", escreveu a advogada em uma rede social.
No entanto, essa informação foi desmentida no início da tarde pelo Tribunal de
Justiça do Rio. Fonte: Brasil 247.